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Dinheiro de portugueses ajuda crianças da maior favela do mundo

30 jul, 2013 • Filomena Barros

Devido à generosidade de muitos e ao trabalho de uma portuguesa, há dezenas de crianças no Quénia que vão ter melhores condições na escola e uma alimentação mais variada. 

Dinheiro de portugueses ajuda crianças da maior favela do mundo
Kibera é considerada a maior favela do mundo, onde falta quase tudo. Situada em Nairobi, no Quénia, é habitada por cerca de 2,5 milhões de pessoas e ensombrada pela pobreza e por epidemias. Mas há os que tentam clarear as sombras e levar um pouco de esperança onde nem sempre a há.

É assim com a voluntária portuguesa Marta Baeta, que recolheu donativos de portugueses para ajudar quase meia centena de crianças de Kibera. Parte do dinheiro e do auxílio vão resultar na reabilitação de uma escola sem condições.

Marta Baeta acaba de regressar à capital do Quénia, onde vai permanecer por quatro semanas, para acompanhar o decurso dos trabalhos. À chegada, a voluntária portuguesa superou um receio: temia que as crianças já não se lembrassem de quem era. 

"Por momentos, pensei que não se iam lembrar de mim, mas lembraram-se logo. Vi os olhos a brilhar e alguns vieram logo a correr." 

Agora, há muito trabalho pela frente já esta semana. "Vão começar as obras na escola onde fiz voluntariado, para ver se deixa de chover dentro da escola e para que se consiga ter aulas à chuva. Vou aproveitar para levar as crianças ao hospital e vamos fazer uma visita de estudo a um parque natural aqui em Nairobi", conta Marta Baeta à Renascença

O projecto beneficia de donativos que a jovem voluntária portuguesa tem angariado, sobretudo de particulares. O dinheiro ajuda a comprar livros, uniformes e a prestar cuidados de saúde a 41 crianças, mas que podem ser mais 50 ainda este ano.

O próximo passo visa o apoio alimentar. Marta vai juntar-se à Associação Portuguesa de Direitos Humanos, que já está no Quénia. "Cada uma destas crianças tem de ser apadrinhada para garantir que podem comer sem ser feijão e milho todos os dias." 

Marta Baeta quer regressar ao Quénia ainda este ano ou em Janeiro com mais projectos e, se possível, com mais donativos para ajudar as crianças de Kibera.