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Fesap acusa Passos de se basear no Excel para despedir funcionários

29 jul, 2013

O primeiro-ministro defendeu, falando sobre a reforma do Estado, que “o que não for [importante] tem que deixar de ser feito”. Se houver gente a mais para fazer o que é importante, “têm de ir fazer alguma coisa para outro lado”.

As palavras do primeiro-ministro, no domingo, sobre os funcionários públicos, motivam, esta segunda-feira, fortes críticas por parte da Frente Sindical da Administração Pública (Fesap).

“Percebemos, exactamente, o que o senhor primeiro-ministro quer dizer: que é, numa folha de Excel, dizer que os 30 mil trabalhadores da Administração Pública valem ‘x’ e, portanto, têm de ser dispensados”, afirma o sindicalista Nobre dos Santos, à Renascença.

O dirigente da Fesap sublinha que “os trabalhadores não podem ser responsabilizados pelo que tem acontecido ao longo dos anos na Administração Pública”, pelo que as palavras de Pedro Passos Coelho “são descabidas e não fazem sentido”.

No domingo à tarde, o primeiro-ministro afirmou que os funcionários públicos desnecessários no Estado devem procurar emprego noutro local.

“O que não for [importante] tem que deixar de ser feito e as pessoas que faziam aquilo têm de ser afectas a fazer outras coisas que são mais importantes. Se não for preciso tanta gente para fazer isso, essas pessoas têm de ir fazer alguma coisa para outro lado, não pode o Estado ficar a pagar-lhes eternamente para fazer o que não é preciso”, declarou Passos Coelho na Festa de Verão do PSD de Vila Real, em Pedras Salgadas.

“É assim em qualquer país desenvolvido do mundo”, sustentou, adiantando que não acredita “que a nossa Constituição nos impeça de fazer o que qualquer sociedade desenvolvida faz”.

Pedro Passos Coelho garantiu ainda que não vai abandonar o país, qualquer que seja o resultado das eleições autárquicas de Setembro.