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Ainda não há "salvação nacional"

18 jul, 2013

Negociações entre PSD, CDS e PS vão prosseguir esta quinta-feira.

Terminou já de madrugada e sem "fumo branco" o encontro entre PSD, CDS e PS para um compromisso de salvação nacional. As negociações vão prosseguir esta quinta-feira.

Foi a reunião mais longa das quatro já realizadas entre os representantes dos três partidos. Começou por volta das 17h30, na sede do PSD, em Lisboa, e terminou já perto da 01h00 da manhã.

O ministro Pedro Mota Soares saiu da sede do PSD na sua motorizada e não adiantou detalhes do encontro aos jornalistas, despedindo-se com um lacónico “boa noite”.

O encontro desta quarta-feira durou cerca de seis horas e meia. Durante a pausa para jantar foi divulgado um comunicado onde os três partidos referiram que as negociações estavam "a decorrer sem intransigência e com espírito de abertura".

Fontes do Partido Socialista disseram ao final da tarde à Renascença que o PSD e o CDS "mantêm uma postura de intransigência" nas negociações com vista a um "compromisso de salvação nacional". Em causa estão os cortes a fazer no âmbito da reforma do Estado, na ordem dos 4,7 mil milhões de euros até 2015, que sobem até um total de seis mil milhões no ano seguinte.

A reunião desta quarta-feira foi a quarta entre maioria PSD-CDS e o PS, depois de, na semana passada, o Presidente da República, Cavaco Silva, ter proposto um acordo de médio prazo entre estes três partidos, a que chamou "compromisso de salvação nacional".

Têm sido vários os apelos a um entendimento. O antigo Presidente da República, Ramalho Eanes, por exemplo, defende que um acordo iria dar mais força a Portugal para renegociar com a "troika".

As confederações patronais e a UGT reclamam um acordo entre os três partidos do chamado "arco da governação", de forma, dizem, a acabar com a crise política no país.

Também esta quarta-feira, um conjunto de personalidades assinou um manifesto a apelar ao PSD, ao PS e ao CDS-PP para que se "entendam" e sigam as recomendações do Presidente da República para um "compromisso de salvação nacional".