Tempo
|

Centenas pedem demissão do Governo

02 jul, 2013

Paulo Portas apresentou a demissão, Passos Coelho não aceitou, mas o Executivo está em crise.

Centenas pedem demissão do Governo

Cerca de 200 pessoas em Lisboa, no Marquês de Pombal, e outras tantas na Avenida dos Aliados, no Porto, saíram à rua, após a declaração do primeiro-ministro, apelando a Passos Coelho para "que se demita".

Em Lisboa, perto de duas centenas de pessoas estavam às 22h00 concentradas na rotunda do Marquês de Pombal a "exigir ao primeiro-ministro", Pedro Passos Coelho, que "olhe para a realidade" e "se demita". No Porto, a situação é semelhante e o número de pessoas tem vindo a aumentar com o avançar da noite.

O número de manifestantes - convocados para este encontro nas redes sociais horas depois de ter sido conhecida a decisão do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, de abandonar o Governo - tem vindo a aumentar aos poucos desde as 21h00, apesar de haver já alguma pessoas a abandonar.

Na capital, virada para Avenida da Liberdade, está uma grande faixa de pano com os dizeres: "Obviamente, estão demitidos!". Ao seu lado há manifestantes que pedem, a quem percorre de automóvel a rotunda, que buzinem.

"Fora, fora daqui, a fome, a miséria e o FMI", ouve-se, da boca dos manifestantes, entre buzinas e apitos.

Fonte da divisão de trânsito da PSP no local disse à agência Lusa que, "na eventualidade de ser necessário, o trânsito será cortado".

No Porto, cerca de 200 pessoas estavam concentradas depois das 21h30 na Avenida dos Aliados, em frente à Câmara do Porto, envergando uma faixa preta onde se pode ler "Povos Unidos contra a Troika". Os manifestantes gritavam "Governo para rua!" e "FMI fora daqui".

No local, segundo constatou a agência Lusa, não há quaisquer símbolos de organizações políticas ou sindicais.

Paulo Portas apresentou o seu pedido de demissão ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que, contudo, não o aceitou, para já. Portas referiu, num comunicado, que a decisão é "irrevogável" e justificou-a com a discordância na escolha de Maria Luís Albuquerque para a pasta das Finanças, depois da saída de Vitor Gaspar, na segunda-feira.

Na sua declaração ao país, Pedro Passos Coelho comunicou a intenção de esclarecer as condições de apoio político ao Governo de coligação com o CDS-PP e o sentido da demissão do ministro Paulo Portas.