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Greve geral

Sindicatos falam em 80% de adesão

27 jun, 2013

Saúde e transportes são os sectores mais afectados.

Sindicatos falam em 80% de adesão
Rui Morgado, passageiro habitual da Soflusa, vem todos os dias de bicicleta eléctrica, chega ao Terreiro do Paço e pedala até ao Cais do Sodré, apanha o comboio para depois chegar a Cascais e daí fazer mais uns quilómetros em duas rodas até ao trabalho. Antes das sete da manhã já estava na estação fluvial do Barreiro à espera que algum fura-greves lhe garantisse o transporte. Às sete e quarenta, a estação abre para deixar entrar pouco mais de uma dúzia de passageiros.
UGT e CGTP avançam, num primeiro balanço, uma adesão de 80% à greve geral desta quinta-feira.

O líder da UGT, Carlos Silva, garantiu à Renascença que os primeiros indicadores apontam para uma forte mobilização.

O líder da CGTP, Arménio Carlos, disse, por sua vez,  à RTP, que existe uma “adesão histórica”, com “cerca de 50%” dos trabalhadores em greve.

“Podemos dizer, de acordo com os dados disponíveis, que estamos com adesões muito significativas”, mesmo no sector privado, acrescentou Arménio Carlos.

O Governo ainda não comentou os números avançados pelos sindicatos.

Difícil chegar ao trabalho
O sector dos transportes é dos mais afectados pela greve geral. A Renascença, no terreno, em Lisboa e no Porto, constata a dificuldade que existe em chegar ao trabalho.

Na capital, um barco da Soflusa, que partiu do Barreiro às 7h40, fez a travessia do Tejo, mas, uma vez no Terreiro do Paço, a dificuldade do repórter é apanhar o metro ou um autocarro. Com serviços mínimos decretados, a Carris está com poucas carreiras ao dispor.

O trânsito, por outro lado, é muito e junto à zona ribeirinha.

No região do Porto, a Renascença demorou duas horas e meia para fazer a ligação entre a Maia e o Porto. Foi possível cumprir uma deslocação de Metro até à Trindade, por volta das 8h30, mas o objectivo é chegar até Vila Nova de Gaia, o que implica ter de apanhar outro transporte.

Não há autocarros da STCP a circular e as paragens estão praticamente vazias – as pessoas parecem avisadas da greve.

Quanto ao trânsito, flui muito facilmente, para o que pode contribuir o facto de se estar em período de férias escolares.

Na CP, há notícias de fortes constrangimentos.

No sector da saúde, outro dos mais afectados, nomeadamente hospitais e centros de saúde, os sindicatos falam numa adesão de 80%. As consultas programadas e cirurgias não urgentes não devem ser realizadas.