Emissão Renascença | Ouvir Online

Fenprof para Nuno Crato. "O melhor é arrumar as coisas e pôr-se a andar"

17 jun, 2013

São vários os cenários nas escolas onde estão marcados os primeiros exames nacionais. Fenprof fala em 90% de adesão. Em Lisboa, no Liceu Camões, apenas 100 alunos devem realizar a prova de Português. No Porto, na escola Alexandre Herculano, o exame decorre normalmente.

Fenprof para Nuno Crato. "O melhor é arrumar as coisas e pôr-se a andar"
O dirigente da Fenprof, Mário Nogueira, pediu, esta segunda-feira, a demissão do ministro da Educação, Nuno Crato, face ao modo como conduziu o processo da greve dos professores para este dia de exames nacionais.

“Acho que o ministro devia tirar ilações políticas e se calhar o melhor é arrumar as coisas e pôr-se a andar”, defendeu o sindicalista, à porta do liceu Camões, em Lisboa, sendo de imediato aplaudido por alunos que ali se encontravam.

“O Ministério da Educação quis usar os nossos jovens como reféns, para fazer um braço-de-ferro que não tem sentido”, afirmou, ainda, retribuindo ao ministro a expressão "reféns", que este tem usado para classificar a greve dos professores.

O sindicalista diz ainda que, mesmo que “alguém quisesse transferir a greve” na sexta-feira, quando o ministro voltou a convocar os sindicatos para mais uma ronda de conversações, tal não seria possível, pois tinham sido já ultrapassados os prazos legais.

“O que os jovens hoje estão a sofrer é a prepotência do Ministério da Educação que, numa tentativa de mostrar quem pode, quem quer e quem manda, decidiu criar esta situação”, acusa Mário Nogueira.

“Isto é uma autêntica irresponsabilidade do Ministério da Educação”, conclui.

À porta do liceu Camões, eram dezenas os alunos que ali se concentravam, depois das 9h00 e de perceberem que não iriam realizar o exame de Português. Por volta dessa hora, o director do liceu, João Jaime, afirmava aos jornalistas que, dos cerca de 500 alunos que deveriam realizar a prova, apenas 100 deveriam fazê-lo.

Em algumas escolas, segundo o dirigente da Fenprof, houve 300 professores chamados para que um aluno pudesse realizar exame, enquanto noutras há alunos a fazer exame nas cantinas e nos ginásios, como é o caso da escola secundária de Cinfães, em Viseu.

No Porto, na escola Alexandre Herculano, a prova de Português, marcada para esta manhã, está a decorrer em pleno nas 18 salas destacadas.

"O número de professores presentes vai permitir a realização de exames. Estavam a fazer a chamada de professores e havia bastantes a responder", afirmou o professor Silvino Costa, do 1.º ciclo, hoje de manhã à agência Lusa.


Fenprof aponta para 90% de adesão
O secretário-geral da Fenprof afirma que a adesão à greve de professores deve rondar os 90% e que há escolas em todo o país onde os alunos não estão a realizar os exames.

Pouco antes da hora marcada para o início do exame nacional de Português do 12.º ano (9h30), Mário Nogueira apresentou alguns dados de escolas e exemplificou com os casos das escolas de "Aljustrel, Alpiarça e Olhão, no agrupamento de Seia, onde não há exame nenhum, e a Escola Secundária da Quinta das Flores, Coimbra, onde, das 14 salas, em apenas três se realizaram os exames".

Os 90% de adesão à greve previstos por Mário Nogueira não significam que 90% dos alunos não tenham realizado os exames, uma vez que foram convocados outros professores (que não estavam destacados para vigiar os exames) e encontradas soluções alternativas pelas escolas.

O Ministério da Educação ainda não avançou qualquer dado sobre a realização dos exames nem como proceder nos casos em que não se realizaram as provas.