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Dia da Libertação de Impostos acontece a 4 de Junho para os portugueses

20 mai, 2013

Relatório europeu revela que o número de dias tem vindo a aumentar nos últimos anos. Em 2011, os portugueses tiveram de trabalhar até 29 de Maio para cumprir as suas obrigações fiscais e, em 2012, até 3 de Junho.

Os portugueses vão precisar de trabalhar este ano mais de cinco meses, até ao dia 4 de Junho, para pagar impostos e só daí em diante o salário se torna verdadeiro rendimento líquido, segundo um estudo.

De acordo com “O fardo fiscal dos trabalhadores médios na Europa a 27”, relatório da organização New Direction - Fundação para a Reforma Europeia, o número de dias que os portugueses têm de trabalhar para pagar os seus impostos tem vindo a aumentar nos últimos anos.

Em 2011, os portugueses tiveram de trabalhar até 29 de Maio para cumprir as suas obrigações fiscais e, em 2012, até 3 de Junho, data em que puderam celebrar o Dia da Libertação de Impostos, dia a partir da qual o rendimento ganho já é para encaixe próprio e não para o Estado.

No contexto europeu, Portugal é, este ano, o 7.º país da União Europeia (UE) onde os cidadãos têm de trabalhar menos dias, depois de, em 2012, ter ocupado a 9.ª posição entre os 27 Estados-membros.

Segundo o estudo, da autoria de James Rogers e Cécile Philippe, Chipre é o país em que, este ano, os cidadãos têm de trabalhar menos dias (14 de Março), seguindo-se a Irlanda (24 de Abril) e Malta (29 de Abril).

Por oposição, os belgas são os europeus que mais dias têm de trabalhar para se "libertarem" dos impostos: este ano, a Bélgica assinala o Dia da Libertação de Impostos a 8 de Agosto, três dias mais tarde do que em 2012.

Os espanhóis, por exemplo, têm de trabalhar até 12 de Junho para chegarem à libertação de impostos e os gregos até 17 de Junho.

Impostos a subir
Tomando a economia europeia como um todo, "os trabalhadores médios na UE viram a sua taxa real de impostos aumentar novamente este ano, dos 44,89% em 2012 para os 45,06% em 2013", uma subida que é, "em grande medida, uma consequência do aumento do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) em 16 Estados-membros", lê-se no documento.

Portugal é um dos 16 países que aumentou o IVA, de 20% para 23% desde 2010, começou por dizer à Lusa um dos autores do estudo.

James Rogers acrescentou que o total de impostos tidos em conta no estudo (contribuições para a Segurança Social, impostos sobre o rendimento e IVA) pagos por um trabalhador português médio "aumentou de 40,9% para 42,2% nesse período, o que significa que tem de trabalhar mais cinco dias para pagar impostos do que há quatro anos".

A organização New Direction - Fundação para a Reforma Europeia, um 'think tank' (grupo de reflexão) com sede em Bruxelas, realizou o estudo, em parceria com o Instituto Económico Molinari.