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Autoeuropa espera ter novo modelo até ao final do ano

20 mar, 2013

Fábrica da Volkswagen apresentou quebras na produção de 15%. "Não podemos forçar os clientes a comprar os carros", afirma o director-geral António Melo Pires.

O director-geral da Autoeuropa afirmou esta quarta-feira não existir "nenhuma decisão tomada em relação a um novo modelo" para a fábrica, mas mostrou-se confiante de que, até ao final do ano, haja uma decisão da Volkswagen em relação a um novo carro. 
 
António Melo Pires, que falava aos jornalistas no âmbito da apresentação de resultados da fábrica portuguesa do grupo Volkswagen, adiantou ainda que a Autoeuropa está "em concorrência com outras fábricas", mas tem "argumentos fortes", estando confiante que vai ganhar essa aposta. 
 
O responsável da Autoeuropa referiu não existirem datas mas está à espera que "este ano seja anunciado", até porque o grupo Volkswagen "vai lançar este ano dezenas de modelos e nos próximos quatro anos mais umas dezenas".
 
António Melo Pires precisou que a vinda de um novo modelo mini-SUV (Sport Utility Vehicle) para Portugal "é pura especulação", mas adiantou que "será com certeza uma nova plataforma", mas que o que vem em cima da plataforma "é uma incógnita". 
 
Perante a incerteza do mercado automóvel, principalmente na Europa Ocidental, o responsável pela Autoeuropa afirmou ser "muito complicado" fazer perspectivas para 2013 porque "quando pensamos que estamos a ver uma luz ao fundo do túnel, aparece uma nova crise". 
 
António Melo Pires anunciou que vai continuar, "como no ano passado, a navegar à vista", até porque "não é possível saber o que se vai passar até ao final do ano" e "infelizmente não temos uma bola de cristal". 
 
Em relação a 2012, a Autoeuropa apresentou quebras na produção de 15% relativamente ao ano anterior ao passar de 133.100 carros para 112.550 unidades até Dezembro passado. Com esta quebra, o volume de negócios da empresa foi afectado e caiu 13,7% passando dos 2.246 milhões de euros em 2011 para os 1.940 milhões de euros em 2012.

"Não podemos forçar os clientes a comprar os carros", afirmou António Melo Pires para justificar a quebra, adiantando que, apesar do revés, a Autoeuropa optou por "não cancelar contratos [de trabalho]", absorvendo "o excesso de mão-de-obra" enviando trabalhadores para a formação e "para outras fábrica na Alemanha", estando confiante que, no futuro, "essas pessoas vão ser necessárias".  
 
O director geral da fábrica de Palmela fez questão de frisar que "se tudo se mantiver como está hoje", vai manter a produção de 460 carros por dia até ao final do ano.