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Governo admite avançar com venda da TAP “a retalho”

15 jan, 2013

Secretário de Estado dos Transportes admite existirem “alguns sectores da TAP que podem ser tratados separado relativamente à companhia aérea”. Vender a empresa a retalho é uma possibilidade que deve ser discutida “sem tabus”.  

O Governo tem intenção de lançar um novo processo de privatização da TAP ainda este ano. O Executivo admite não vender a empresa em bloco, separando a companhia aérea de outras áreas de negócio que dão prejuízo.

Depois de falhado o processo de privatização no final de 2012, o secretário de Estado dos Transportes diz à Renascença que não pode “dar a garantia” de venda da empresa este ano, mas “há essa vontade por parte do Governo”.

Neste momento, o Executivo está concentrado em “estabilizar a tesouraria” e em “verificar se temos unidades de negócio que sejam menos rentáveis e que podem ser ou não tratadas de uma outra forma, ou se devemos voltar a insistir na privatização em bloco”.

Sérgio Monteiro admite, no entanto, existirem “alguns sectores da TAP que podem ser tratados separado relativamente à companhia aérea”. Segundo o secretário de Estado, “a companhia aérea historicamente dá lucro, salvo raras excepções, e são outras áreas de negócio que tipicamente contribuem para o resultado negativo”. Por isso, é preciso fazer “uma abordagem sem tabus e verificar quais as melhores opções para que o processo de privatização tenha sucesso”.

A 20 de Dezembro de 2012, o Governo decidiu não vender a TAP ao único empresário que demonstrou interesse na compra da empresa, German Efromovich. A decisão foi justificada com o não cumprimento do caderno de encargos, nomeadamente com a falta de garantias financeiras por parte do dono do grupo Synergy.

A secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, explicou na altura que o negócio poderia representar um encaixe líquido para o Estado de 35 milhões de euros e a recapitalização da empresa superior a 300 milhões, em duas fases, a que acrescia a assunção de um passivo na ordem dos 1,5 mil milhões de euros.