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Submarinos

Testemunha fala em pouca vontade alemã para efectivar contrapartidas

11 jan, 2013 • Ana Rodrigues

Pedro Catarino, antigo presidente da comissão de contrapartidas e embaixador, foi a testemunha ouvida esta sexta-feira e as suas declarações levaram o advogado da Ferrostal a reforçar a acusação de redes de interesses no Ministério da Economia.

Testemunha de acusação no julgamento do caso das contrapartidas na compra dos submarinos, o embaixador Pedro Catarino afirmou esta sexta-feira, em tribunal, que desde o início verificou pouca vontade do consórcio alemão em efectivar as contrapartidas acordadas.

Pedro Catarino, também ex-presidente da comissão de contrapartidas, disse ainda que recusou assinar qualquer certificação de projectos, porque existiam questões jurídicas a resolver, nomeadamente, a redução drástica do valor da garantia.

Em resposta, o advogado dos arguidos da Ferrostal classificou o testemunho de mera opinião e atribui-lhe apenas importância enquanto confirmação da existência de uma rede de interesses no Ministério Publico.

“O que está aqui em causa, no fundo, é uma imensa rede de influências e relações, feita a partir de funcionários do Ministério da Economia, colocados em diferentes departamentos do Estado, que organizam as suas relações com entidades económicas, para depois poderem facturar valores nas organizações que criam”, acusou Godinho Matos.

O advogado lembrou que, desde o início, os seus clientes se referem a teia de várias entidades portuguesas que recebiam pelos mesmos serviços.