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“Cada euro investido no Alqueva até 2015 vai ter retorno de 4,45 euros”

05 dez, 2012

Economia local vai beneficiar do impacto que a água vai ter na criação de regadio, o impacto dos impostos, o abastecimento da água a Sines, o aumento do emprego directo e a produção de energia eléctrica.

O presidente da empresa que gere a barragem do Alqueva, a EDIA, sublinhou esta quarta-feira que "por cada euro do Orçamento do Estado que será investido em Alqueva até 2015 haverá um retorno para a economia nacional de 4,45 euros, o que é bastante considerável numa lógica de investimento público”.

João Basto, responsável pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva, falou à margem do "Encontro Rede Fornecedores Nacionais", promovido pela Nestlé.

Basto lembrou que o objectivo é que Alqueva tenha 120 mil hectares do regadio infra-estruturados em 2015.

Este ano, a EDIA já lançou os concursos para empreitadas para a construção de mais 20 mil hectares para estarem prontos em 2014 e, no próximo ano, vai lançar as empreitadas para construção dos 30 mil hectares que faltam, explicou.

João Basto explicou ainda que os 4,45 euros de retorno para a economia são gerados por cinco componentes: o impacto que a água vai ter na reconversão do sequeiro em regadio, que deverá ser de 160 milhões de euros no valor acrescentado bruto no ano cruzeiro, o impacto dos impostos, o abastecimento da água a Sines, o aumento do emprego directo e a produção de energia eléctrica.

O responsável frisou ainda que a estes benefícios juntam-se ainda o impacto nas exportações e a diminuição das importações alimentares, o impacto ambiental positivo e a existência de uma reserva de água estratégica.

"A reserva de água da Alqueva, com cerca de 4 mil milhões de metros cúbicos, permite que haja água garantida durante mais de três anos sem restrições para abastecimento humano, industrial e agrícola, valor que não está contemplado nos 4,45 euros", disse.

João Basto afirmou ainda que apesar de este empreendimento estar em construção há muitos anos e de a sua componente agrícola ser muito recente, "a taxa de adesão neste perímetro já é superior a 60%", o que considera "notável se se considerar que estas taxas de adesão, em norma, são atingidas nos outros perímetros de regadio públicos ao fim de 20 anos".

Quando o projecto estiver terminado, cerca de 6.000 agricultores deverão beneficiar da região do Alqueva, adiantou.