05 dez, 2012
Artur Santos Silva, fundador do BPI, critica a política de investimento das últimas duas décadas, desde os tempos de Cavaco Silva, primeiro-ministro.
O banqueiro esteve esta terça-feira no Teatro Nacional D. Maria II num debate sobre “o dinheiro” e ao descrever as responsabilidades pela falta de crescimento económico e pelo correspondente aumento da dívida recuou a 1985.
“O país não investiu em valorizar os recursos humanos, investiu maciçamente em hardware, em cimento, em obras públicas e não investiu onde mais devia ter investido desde 1985. Ninguém pode lavar as mãos. Em relação ao estado excessivo também ninguém pode lavar as mãos porque muitos contribuíram para que a máquina do Estado não se reformasse e não fosse mais leve. Todos têm culpa no cartório desde 1985”, disse.
Santos Silva comentou ainda o desacordo comunitário sobre a criação de um supervisor único bancário adiada para a próxima semana.
“A união bancária é fundamental. Por que é que a Alemanha não a quer? Porque está cheia de problemas nos bancos estaduais e não quer que os bancos estaduais sejam supervisionados por regras comuns. É a senhora Merkel, para obedecer aos interesses próprios da sua quinta, que não quer que isso seja feito”.