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Gaspar fala em "erro de interpretação" no tema das benesses

03 dez, 2012 • Daniel Rosário

Ministro das Finanças tentou esclarecer declarações sobre a eventual extensão a Portugal de medidas acordadas para a Grécia e admitiu ajudas que facilitem regresso aos mercados.

Gaspar fala em "erro de interpretação" no tema das benesses
O ministro das Finanças admite que Portugal apenas poderá beneficiar de algumas das condições decididas para a Grécia, ao abrigo do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), quando estiver a preparar o seu regresso aos mercados e não antes disso. A clarificação foi feita esta segunda-feira por Vítor Gaspar no final de uma reunião do Eurogrupo, em Bruxelas.

O ministro das Finanças admite que Portugal apenas poderá beneficiar de algumas das condições decididas para a Grécia, ao abrigo do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), quando estiver a preparar o seu regresso aos mercados e não antes disso. Vítor Gaspar fala em "erro de interpretação" no tema das benesses.

A clarificação foi feita esta segunda-feira por Vítor Gaspar no final de uma reunião do Eurogrupo, em Bruxelas. Para o governante, o contrário nunca esteve em causa e qualquer leitura nesse sentido teve origem na deturpação das afirmações do presidente do Eurogrupo Jean-Claude Juncker, do primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho e do próprio ministro das Finanças.

Vítor Gaspar considera que as declarações foram “inteiramente correctas”, mas “descontextualizadas de forma pouco cuidadosa por alguma informação”.

Para o ministro das Finanças, a culpa é do mensageiro e dos mistérios de uma realidade, por vezes, complexa. “A simplificação excessiva de assuntos complexos conduz, inevitavelmente, a mal-entendidos que, infelizmente, tendem a persistir ao ponto de serem considerados verdades demonstradas.”

Segundo Vítor Gaspar, a decisão do Eurogrupo sobre a Grécia na reunião anterior inclui "um conjunto vasto de medidas que se podem dividir em quatro grupos": um primeiro grupo de medidas a tomar pela própria Grécia, outro de operação de recompra de obrigações que exige aceitação por parte de credores privados, um terceiro que diz respeito a empréstimos prestados bilateralmente a Atenas, e um quarto no âmbito das condições dos empréstimos concedidos ao abrigo do fundo europeu de estabilização financeira, sendo que apenas neste as medidas poderão eventualmente aplicar-se também a Portugal.

O esclarecimento do ministro tornou-se bastante mais claro horas depois de também a Alemanha e França terem tornado pública a sua leitura destes acontecimentos, desaconselhando vivamente Portugal de reivindicar condições semelhantes às da Grécia. Precisamente aquilo que Vítor Gaspar e Pedro Passos Coelho afirmaram e repetiram na semana passada.

Jean-Claude Juncker também tentou esta segunda-feira esclarecer a questão, admitindo que nas declarações da semana passada ele próprio se confundiu quando tentava explicar aos jornalistas o acordo com a Grécia e a sua eventual aplicação a Portugal e  à Irlanda. O presidente do Eurogrupo refere agora que, num contexto de muito barulho e confusão, não percebeu bem as perguntas e acabou por dar uma resposta pouco clara.

Esclarece ainda que o pacote decidido para a Grécia não se aplica a Portugal e à Irlanda.