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Previsões pessimistas para Portugal. OCDE diz que vai ser tudo pior

27 nov, 2012 • Paulo Ribeiro Pinto

Vamos ter ainda mais desemprego, défice e recessão. Famílias vão consumir menos do que o previsto pelo Governo. OCDE sugere mais mexidas nas leis do trabalho e alerta para o perigo de uma espiral recessiva, se efeitos do ajustamento forem mais negativos do que o esperado.

Previsões pessimistas para Portugal. OCDE diz que vai ser tudo pior
São as piores previsões para a economia portuguesa conhecidas até agora e foram divulgadas esta terça-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). O desemprego sobe ainda mais, o défice público fura todas as metas e a recessão vai ser maior, tanto este ano como no próximo.

A OCDE prevê que a taxa de desemprego chegue este ano aos 15,5%, tal como espera o Governo, mas as semelhanças acabam a 31 de Dezembro, pois em 2013 a taxa vai tocar os 17% e, em 2014, baixa apenas três décimas, para 16,6% - ou seja, muito longe das previsões do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, que aponta para uma taxa de desemprego de 15,9% daqui a dois anos.

Mas também as metas do défice ficam, de acordo com a OCDE, longe das expectativas do Governo, que não deverá conseguir cumprir os objectivos da “troika”.

Este ano, o valor ultrapassa os 5% em duas décimas e no próximo, em vez dos 4,5%, Portugal deve registar um défice público de 4,9% do PIB. Em 2014, as previsões também são mais pessimistas do que as do Governo em quatro décimas (2,9% face aos 2,5%).

Quanto à recessão, também deve ser mais profunda, quer este ano (-3,1%, quando o Governo prevê -3%) quer em 2013 (-1,8% em vez de 1% do Executivo) e em 2014 (0,9% em vez de 0,8%).

As famílias portuguesas vão consumir menos do que o previsto pelo Governo e no ano que vem o consumo vai cair 3,5%, ao contrário dos 2,2% previstos pelo Executivo, sendo que em 2014 se deve manter negativo, quando o Governo prevê uma ligeira recuperação.

No relatório, a organização sugere mais mexidas nas leis do trabalho e alerta para o perigo de uma espiral recessiva, caso os efeitos do ajustamento orçamental sejam mais negativos que o esperado.