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Vítor Bento propõe refundação do regime

20 nov, 2012

“A geração deste regime gastou a herança dos pais, gastou tudo o que produziu durante a sua existência e ainda gastou um ano e um trimestre do rendimento dos filhos”, diz o economista.

Vítor Bento propõe refundação do regime
O gestor e conselheiro do Presidente da República, Vítor Bento, defende que se deve “refundar o regime” e encontrar um “novo contrato social” em Portugal.
 
Na sua intervenção no almoço da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), Vítor Bento afirmou que o futuro de Portugal passa por um novo modelo social, económico e cultural.
 
“Tem que ter três vertentes: condições para a criação de riqueza, condições de distribuição e de solidariedade e condições de sustentabilidade. Estes têm que ser os três pilares do novo contrato social, o que implica, de alguma forma, refundar o regime”, disse.
 
O economista aproveitou a ocasião para fazer um rápido resumo dos últimos anos em Portugal, do 25 de Abril até agora.
 
“Em 1974 nós tínhamos em activos sobre o exterior em termos líquidos entre 30 e 40% do PIB. De então para cá gastámos tudo isso e temos actualmente uma posição negativa face ao exterior em termos líquidos de cerca de 120% do PIB. A geração deste regime, que é a minha geração, gastou a herança dos pais, gastou tudo o que produziu durante a sua existência e ainda gastou um ano e um trimestre do rendimento dos filhos”, disse.
 
Perante este balanço, Vítor Bento diz que o futuro não terá nada a ver com o passado recente. “Nós vivemos num modelo político onde fomos criando direitos, fomos alargando o Estado, fomos vendendo promessas, mas transferindo responsabilidades para o futuro. Este modelo acabou, não é possível mais repetir este modelo”.