Salários estão a ser cortados há pelo menos dois anos
09 out, 2012 • Sandra Afonso
São os empresários cristãos que o admitem no barómetro deste mês. Muitos mostram reticências face ao recuo do Governo na taxa social única.
A menos de uma semana da apresentação do Orçamento do Estado, que inclui um forte aumento fiscal, um quarto (24%) dos empresários cristãos admite que já anda há dois anos a reduzir salários.
Um pouco menos (12%) revelam que a sua empresa cortou as remunerações em 2011 e outros 12% já este ano. Ainda assim, a maioria (68%) tem resistido a reduções salariais.
São dados do barómetro deste mês da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), em colaboração com a
Renascença, jornal “Oje” e Netsonda.
Metade dos inquiridos avança que não iria beneficiar com a proposta do Governo para reduzir a taxa social única (TSU) paga pelas empresas, 40% admitem benefícios directos e 32% concordam com a agência Moody's, segundo a qual o recuo do Executivo vai ser negativo para Portugal. O Executivo anunciou num primeiro momento que a TSU ia baixar de 23,75% para 18%, sendo compensada pela subida de 11% para 18% das contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social, mas acabou por recuar.
Mais de metade dos empresários e gestores inquiridos (53%) critica ainda a venda de parte da Caixa Geral de Depósitos nesta altura.
Quanto ao país vizinho, quase 59% defendem que Espanha deve pedir um resgate total e acabar de vez com as dúvidas sobre se será suficiente apenas uma ajuda à banca.
As respostas obtidas no
barómetro da ACEGE foram recolhidas entre 3 e 4 de Outubro através de 1086 questionários a associados. Foram validadas 133 respostas.