Tempo
|

Portugal coloca mais dívida e a preços mais baixos

19 set, 2012

Estado colocou 1.291 milhões de euros na maturidade a 18 meses e pagou 2,967%.

O Estado colocou esta quarta-feira dois mil milhões de euros de dívida no mercado, mais 250 milhões de euros do que o máximo indicativo estipulado. Os juros a pagar foram mais baixos do que nas últimas operações com prazos semelhantes.

De acordo a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, o Estado colocou 1.291 milhões de euros na linha com maturidade a 18 meses, a segunda vez que coloca dívida em Bilhetes do Tesouro (BT) com este prazo.

A operação com o prazo mais longo de BT viu ainda o juro baixar consideravelmente face ao último (e primeiro) leilão com prazo semelhante, realizado a 4 Abril, conseguindo agora uma taxa de juro média de 2,967%, quando na altura havia sido de 4,537%.

A procura foi ligeiramente mais baixa, representando 2,4 vezes a oferta, quando em Abril havia sido de 2,6 vezes, mas o valor colocado desta vez foi mais elevado, face aos mil milhões de euros.

No prazo mais curto, a seis meses, Portugal colocou 709 milhões de euros, pagando uma taxa de juro de 1,7%, contra os 2,292% registados na última operação com prazo semelhante, realizada em Julho. A procura foi ligeiramente inferior, fixando-se em 3,1 vezes a oferta, contra as 3,8 vezes registadas no último leilão.

Situação política não teve impacto
O director de gestão de activos do Banco Carregosa, Filipe Silva, considera a operação um sucesso e salienta a falta de impacto da situação política em Portugal nesta operação.

"A emissão foi um sucesso e demonstra que o eventual aumento do risco político de Portugal não afectou, em nada e por agora, os investidores, que continuam com muito interesse em comprar dívida pública portuguesa de curto prazo.

Prova disso, é o facto de o Estado ter emitido dívida num montante total de 2000 milhões de euros, superior ao que tinha anunciado fazer (1500-1750 milhões de euros)", afirmou.

Filipe Silva salienta ainda o melhor resultado alcançado com leilões de Bilhetes do Tesouro a 18 meses que nas colocações de linhas a um ano. "Outro facto relevante a sublinhar é que os BT a 18 meses, apesar de terem um prazo mais longo, já têm uma taxa de juro implícita inferior à das Obrigações a 1 ano, ou seja temos uma dívida mais longa mais barata que uma emissão a um prazo mais curto. Acho que correu bastante bem", concluiu.