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Miguel Cadilhe defende alterações à proposta da TSU

17 set, 2012

Economista diz que o país, na actual situação, não suporta um choque desse tipo e que não faltam alternativas à medida.

Miguel Cadilhe defende alterações à proposta da TSU
O antigo ministro das Finanças social-democrata defende mudanças na proposta do Governo sobre a TSU, por considerar que a medida coloca em causa o equilíbrio entre trabalhadores e empresas.

Miguel Cadilhe diz ainda que o país, na actual situação, não suporta um choque desse tipo. “Não me parece que esta medida, tal qual foi inicialmente configurada, seja a melhor solução.”

“Há várias alternativas e é uma questão de ‘mix’ de políticas económicas. Na questão da composição das políticas, já houve algumas sugestões, suponho que não faltarão boas hipóteses para o Governo ponderar”, acredita o economista.

“Também é preciso um pouco de gradualismo. Não é um choque desta ordem que neste momento, nesta conjuntura, nesta situação tão difícil em que o país está, não me parece que um choque deste género seja recomendado,” defende.

“O equilíbrio entre trabalhadores e empresas precisa de ser muito cuidado. Não está neste devidamente cuidado na configuração que foi apresentada”, declarou ainda Miguel Cadilhe, à margem da apresentação do livro "Portugal na Bancarrota", de Jorge Nascimento Rodrigues, na Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

"Coligação tem o dever de se entender"
Já sobre os recentes aparentes desentendimentos entre os partidos do Governo, o antigo ministro de Cavaco Silva disse achar "que o país não entende isto". "A coligação tem, não o direito, mas o dever de se entender e estou certo de que vai consegui-lo. Não foi um bom episódio da coligação, o destes últimos dias. Não é uma história para contar", afirmou .

A coligação "tem de ultrapassar isto e mostrar ao país que tem o sentido de equilíbrio e a coragem política para chegar às boas soluções", acrescentou Cadilhe,

O antigo ministro considerou que o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, "tem um papel importante nas atuais circunstâncias" e "sabe bem o que tem a fazer", no sentido de "superar os antagonismos e mostrar que o caminho do equilíbrio, do bom senso, do gradualismo é o que a coligação tem de seguir".

Quanto ao PSD, Cadilhe defendeu que o partido "não deve ter reacção nenhuma" ao que disse o líder do CDS-PP, Paulo Portas, devendo, isso sim, "mostrar tranquilidade e ir para a frente, com um sentido positivo".

"O país espera que este capítulo seja encerrado e não tenha continuação no resto do livro da coligação", observou.