Compras com cartões podem ter os dias contados. É a guerra às comissões
22 ago, 2012
Pagar com o telemóvel é a alternativa que está a ser estudada pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares, em parceria com a Portugal Telecom.
A cadeia de supermercados Pingo Doce deu o mote e a associação do sector da restauração e da hotelaria seguiu. Está aberta a guerra às comissões cobradas pelo uso de cartões de crédito e de débito.
A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares (AHRESP) está a desenvolver, em pareceria com a Portugal Telecom, um projecto que tem como objectivo permitir pagamentos através do telemóvel.
"Temos de encontrar alternativas operacionais ao que existe hoje e pôr a funcionar outras formas de pagamento como a que estamos a preparar com a PT", defende o secretário-geral da AHRESP, José Manuel Esteves, em declarações ao "Diário Económico", criticando a ausência de pareceres favoráveis da Autoridade da Concorrência às queixas apresentadas pelos sectores da restauração e da distribuição.
O projecto chama-se "AHRESP Wallet" e está em fase embrionária. A implementação está prevista para o ano. Só então se saberá que custos vai ter, embora a AHRESP assuma que vão ser inferiores aos que são cobrados hoje pelo uso de cartões.
Todos os anos, o sector da restauração e da hotelaria gasta 85 milhões de euros em taxas pela utilização de cartões de débito e de crédito.
Na terça-feira, o supermercado Pingo Doce começou a divulgar que, a partir de 1 de Setembro, vai recusar cartões de crédito e de débito para pagamentos até 20 euros. A cadeia do grupo Jerónimo Martins prevê que, com a medida, arrecade uma poupança anual de cinco milhões de euros.
O secretário-geral da AHRESP confidenciou ao "Diário Económico" que, apesar dos "constrangimentos para os clientes", a decisão do Pingo Doce é positiva.