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OCDE defende alívio da austeridade em Portugal se recessão se agravar

26 jul, 2012 • Paulo Ribeiro Pinto

Mais mexidas na legislação laboral e redução da taxa social única são algumas das indicações deixadas no último relatório da organização sobre Portugal.

OCDE defende alívio da austeridade em Portugal se recessão se agravar
Portugal pode ter de aligeirar a austeridade, caso a recessão se agrave e as contas públicas falhem os objectivos. É a indicação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que acaba de divulgar o relatório sobre a economia nacional.

A OCDE considera que é melhor aligeirar a austeridade, deixando actuar os chamados estabilizadores automáticos da economia, porque os riscos ainda existem e nada garante que o país consiga regressar aos mercados no prazo definido – Setembro do ano que vem.

A organização elogia as medidas tomadas por Lisboa até agora, mas sublinha que são necessárias mais. Em concreto, no mercado laboral, onde se sugere maiores cortes nas indemnizações por despedimento e nova redução do período de atribuição do subsídio de desemprego, que actualmente é, no máximo, de 18 meses.

Além disso, este benefício não deve depender da idade e deve ser encurtado para os trabalhadores mais antigos.

A OCDE volta à polémica Taxa Social Única (TSU) e defende a redução desta contribuição do empregador, mas apenas para os trabalhadores menos qualificados e salários mais baixos. A organização acredita que assim poderiam ser criados mais postos de trabalho.

Opinião diferente tem o presidente do Conselho Económico e Social, Silva Peneda, que acredita não haver espaço de manobra para baixar a TSU.

Ainda em matéria de trabalho, sugere-se o fim imediato da contratação colectiva.

As recomendações estendem-se depois ao sector da electricidade, onde são sugeridos mais cortes nas chamadas rendas excessivas das eólicas, na co-geração e nas barragens.

As reformas estruturais devem continuar para tornar a justiça mais rápida e simples, defende ainda a organização.