"Não há milagres." Ministro da Defesa quer cortar nos gastos com pessoal

Vai ser preciso cortar mais nos gastos com pessoal das Forças Armadas, anunciou, na última noite, o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar Branco, avisando que não há dinheiro para manter o actual nível de despesas.

“No orçamento do Exército, 86% gastamos com pessoal, 13% com operação e manutenção”, justificou em Coimbra, num jantar debate.

Porque também há áreas onde é impossível fazer mais reduções – servindo de exemplo os 60% de cortes na Lei de Programação Militar – as prioridades vão ter de mudar, avisou o ministro.

“Não é possível continuarmos a achar que temos que ter capacidade operacional, continuarmos a gastar o que gastamos na dimensão de pessoal, cortarmos no investimento em equipamento, que é fundamental para termos esta capacidade de intervenção. Não há milagres”, afirmou.

“Temos que gastar menos na gestão de pessoal, ter mais capacidade de projectarmos as nossas forças e termos uma prontidão de intervenção cada vez mais conseguida”, concluiu.

Tudo, em nome de umas Forças Armadas mais ágeis, mais flexíveis e melhor equipadas, segundo Aguiar Branco.

No jantar, o ministro considerou ainda essencial a existência de serviços de informações, numa referência ao caso das secretas que tem levado algumas vozes a defender o fim desses serviços.