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"Troque o que tem pelo que precisa"

28 mai, 2012 • Filomena Barros

Empresas procuram parceiros de negócios nesta plataforma de “trading”, onde é possível trocar bens ou serviços por quartos de hotel, trabalhos de jardinagem ou consultoria de advogados ou de contabilidade.

"Troque o que tem pelo que precisa"
Negócios feitos na rede e através de créditos de permuta, sem envolver dinheiro. A Rede Barter é uma empresa portuguesa, que apresenta um modelo monetário alternativo e pode ser uma boa solução para empresas com problemas de tesouraria.

“Utiliza-se uma unidade de conta interna, que serve para quantificar aquilo que é comercializado dentro da rede”, explica à Renascença o responsável Nuno Ladeiras.

A rede existe em Portugal desde Janeiro de 2010 e é tudo feito numa plataforma electrónica. Não há trocas, há transacções; não há dinheiro, há créditos de permuta, mas não se trata de um sistema de fuga ao fisco.

“A factura é feita na moeda real, o pagamento é que é diferido na plataforma. Na RedeBarter não há mercados paralelos”, garante Nuno Ladeiras.

A RedeBarter já conta com quase 100 empresas portuguesas e outras 100 em lista de espera, porque os quatro técnicos não chegam para tudo. Os contactos com entidades congéneres alargam o horizonte para 150 mil empresas parceiras e mais de 400 mil, através de intermediários.

A empresa EyeNet, por exemplo, tem negócios além-fronteiras. “Imagine que estou a fazer um site para uma empresa na Áustria, que é por acaso o caso, em que me estão a pagar cinco mil euros dentro da rede Barter, cinco mil pontos e eu só estou a pagar mil a um programador na Índia”, descreve João Santos, da EyeNet.

Os pagamentos são feitos em créditos. Outro exemplo é o médico dentista Frederico Pavão, que pretende contratar serviços e a remodelação de sites, “em princípio, vai ser a minha primeira compra”.

Depois, dentro da rede, o médico dentista vai transaccionar as suas consultas.

É também possível trocar bens ou serviços por quartos de hotel, trabalhos de jardinagem ou consultoria de advogados ou de contabilidade.

Não há trocas directas nesta plataforma de “trading”. As empresas procuram os parceiros de negócios na rede. Pode ser uma oportunidade, dentro ou fora da crise.