10 mai, 2012 • Vera Pinto
O líder do BIC Angola, que comprou o BPN através do BIC Portugal, admite que a aquisição do banco foi feita muito abaixo do valor apontado na altura da nacionalização. Fernando Teles refere que “o Estado [português] demorou demasiado tempo para vender o banco”.
“Na minha opinião, deveria ter vendido mais cedo, porque os processos, quando se arrastam, fazem com que as empresas percam valor”, refere à Renascença.
Fernando Teles acrescenta que, tendo em conta que o BPN era um banco pequeno, havia condições para ter sido logo vendido após a nacionalização.
O presidente do BIC Angola diz também que o BPN perdeu valor desde a sua nacionalização até à venda por causa da gestão do "dossier" feita pelo Governo de José Sócrates e devido à crise. Algumas consultores estimaram em cerca de 140 milhões de euros o valor do BPN, mas o banco foi vendido por 40 milhões, em Março, ao BIC.
Ex-trabalhadores podem ser todos absorvidos
Fernando Teles revela também que, afinal, pode absorver todos os ex-funcionários do banco que o Estado vendeu. O acordo celebrado com o actual Governo previa que o BIC ficasse com 750 dos mil trabalhadores do BPN.
Agora, Fernando Teles admite não despedir ninguém e prevê contratar mais trabalhadores até final do ano. O presidente do BIC Angola avança que responsáveis por alguns departamentos do banco que lidera têm manifestado a necessidade de ter mais funcionários. “Vamos admitir mais trabalhadores”, diz.
Por outro lado, Fernando Teles está disponível para participar na comissão de inquérito sobre a nacionalização e reprivatização do BPN. O presidente do BIC considera que é importante esclarecer todas as dúvidas em torno do BPN, sustentando que as irregularidades detectadas nada têm que ver com o Banco BIC.