António Borges considera venda da Cimpor positiva para o país
02 mai, 2012
Consultor do Governo para as privatizações lembra que Oferta Pública de Aquisição da brasileira Camargo Corrêa vai mobilizar quatro mil milhões de euros.
O consultor do Governo para as privatizações não tem dúvidas que a oferta da Camargo Corrêa sobre a Cimpor é boa para o país. António Borges, que está a ser ouvido no Parlamento, considera que a oferta dos brasileiros defende o interesse nacional e vai trazer muito capital.
“Os investidores brasileiros que se propõem a fazer esta aquisição vão ter de mobilizar muito perto de quatro mil milhões de euros para conseguir concretizar a operação, não só porque têm de comprar as acções a quem estiver vendedor, mas também porque têm de refinanciar uma grande parte da dívida da Cimpor”, argumentou António Borges.
Por isso, defende tratar-se de “um investimento muito, muito grande”, lembrando que “o mercado internacional não vai deixar de prestar atenção a uma operação desta dimensão, em que um investidor sério, estrangeiro, está disposto a mobilizar este montante para tomar conta de um activo português”.
“Não é isto que verificamos em países que estão numa situação caótica ou a cair na bancarrota. Não é isto que verificamos, por exemplo, na Grécia”, considerou ainda.
O consultor do Governo para as privatizações garante que a proposta da brasileira Camargo Corrêa não prevê o desmembramento da empresa portuguesa. “Esta proposta que está agora em cima da mesa é muitíssimo mais interessante do que essa [desmembramento], porque permite à Cimpor ficar mais ou menos com a mesma dimensão”.
Explica ainda que “do ponto de vista industrial, a empresa fica praticamente intacta, mantém-se em Portugal, cotada em Lisboa, com os quadros portugueses”.
Segundo o consultor, faz também “parte da oferta, que a Camargo Corrêa trará para dentro da Cimpor todas as fábricas do sector cimenteiro”.
António Borges está a ser ouvido, a pedido do PS, pelos deputados da comissão de Economia e Obras Públicas. Antes, a maioria PSD/CDS chumbou o requerimento do PCP que queria ouvir no Parlamento, a comissão de trabalhadores e as estruturas sindicais da Cimpor sobre a Oferta Pública de Aquisição anunciada pela Camargo Corrêa.