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"Número de falências disparou" na restauração

27 abr, 2012 • Paulo Neves

Secretário-geral da AHRESP aponta o dedo ao efeito duplo provocado pelo aumento do IVA e pela quebra do consumo.

A Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) diz que "o número de falências no sector disparou desde o início do ano". A culpa é da crise e do aumento do IVA na restauração.

José Manuel Esteves, que foi reeleito secretário-geral da AHRESP, diz que, infelizmente, a Associação acertou nas suas previsões: com o aumento do IVA as vendas diminuíram, as falências aumentaram e o desemprego cresceu.

“Já provámos que este aumento exponencial e impensável, nunca visto a nível mundial, de 77% na taxa de IVA deu como resultado a quebra abrupta das nossas receitas, na conjuntura adversa de quebra também de consumo e que está a originar o encerramento diário de muitas empresas, do envio de postos de trabalho para o desemprego e as receitas do Estado a caírem.”  
 
Para piorar a situação, a AHRESP diz que a nova lei do arrendamento comercial vai fazer com que muitos restaurantes e pastelarias, por exemplo, sejam despejados com grande facilidade.

“A lei prevê que o senhorio tem seis meses para nos dar ordem de despejo quando pretende realizar obras no imóvel, imóveis em que, por vezes, somos nós que os conservamos ao longo os anos”, afirma José Manuel Esteves.

O presidente da AHRESP adverte que se a legislação não sofrer correcções pode significar o fim do mercado de arrendamento para as actividades económicas e “é a gota de água na catástrofe que neste momento estamos a passar”.