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Daniel Bessa admite “pancadinha” nos subsídios de férias e Natal

10 out, 2011

O antigo ministro da Economia diz que surpresas como a da dívida da Madeira vão obrigar a mais austeridade.

Daniel Bessa admite “pancadinha” nos subsídios de férias e Natal

Os portugueses não deverão receber subsídio de Natal no próximo ano e poderão ver reduzido o subsídio de férias, na previsão do antigo ministro da Economia Daniel Bessa.

“Quase tudo o que se diz em Portugal que é temporário, pode ser temporário, mas é capaz de ser por uns anos. Eu não acredito, por exemplo, que o subsídio de Natal de 2012 não apanhe uma pancadinha pelo menos igual à deste ano, provavelmente maior”, afirma o economista.

Daniel Bessa considera que o Orçamento do Estado para 2012 vai ser particularmente restritivo para o país conseguir cumprir as metas definidas no acordo com a “troika”.

O antigo ministro sustenta que as surpresas quanto à dívida da Madeira deverão obrigar a mais austeridade.

“Quando fizemos o acordo com a troika não sabíamos destas habilidades na Madeira. Significa mais défice, portanto, como há um compromisso de pôr as contas em ordem, de cada vez que se descobre um buraquinho desses lá vem mais impostos”, sublinha.

O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho admitiu que o próximo Orçamento será o mais difícil de “fechar e executar”. Daniel Bessa diz que houve uma grande mudança em Portugal, pois o actual do chefe do Governo parece falar verdade quando diz que se aproximam tempos muito difíceis.

Daniel Bessa falava aos jornalistas à margem da apresentação do livro “Uma estratégia para Portugal”, da autoria do empresário Henrique Neto.

País vai continuar a empobrecer

Henrique Neto prevê a continuidade da decadência financeira do país, pelo menos nos próximos três anos, porque “nos endividámos sem critério” e “não temos uma estratégia para o crescimento económico”, frisa.

A grande preocupação do empresário da Marinha Grande para o próximo Orçamento do Estado está relacionada com as dificuldades de acesso ao crédito por parte das empresas.

Henrique Neto propõe ao Governo que tente renegociar com a “troika” os 12 mil milhões de euros destinados à banca, para o Executivo pagar as suas dívidas aos bancos.

(notícia actualizada às 2h58)