Tempo
|

Banco de Portugal vai negociar com a Fosun a venda do Novo Banco

01 set, 2015

O Banco de Portugal deve escolher os chineses da Fosun, e não os norte-americanos da Apollo, para negociar a venda do Novo Banco, avançam o "Expresso" e o "Diário Económico".

Banco de Portugal vai negociar com a Fosun a venda do Novo Banco

O Banco de Portugal está a negociar a venda do Novo Banco com os chineses da Fosun, e não com os norte-americanos da Apollo, avançam o "Expresso" e o "Diário Económico".

Depois de falhadas as negociações com os chineses da Anbang, o regulador vai sentar-se à mesa com outro grupo chinês, a Fosun, que em Portugal já tem a seguradora Fidelidade.

Contactado pela Renascença, o Banco de Portugal não comenta a notícia.

O supervisor tinha anunciado, esta terça-feira, que terminou sem acordo o período de negociação com o potencial comprador do Novo Banco, a seguradora chinesa Anbang. "Por não ter sido alcançado um acordo, o Banco de Portugal decidiu hoje terminar aquelas negociações e convidar para negociações, no âmbito da fase IV, o potencial comprador que apresentou, na fase anterior, a proposta qualificada em segundo lugar", informou em comunicado. 

Ao final da manhã desta terça-feira, o Banco de Portugal revelava que havia ainda uma terceira proposta em cima da mesa, sem nunca mencionar os nomes dos candidatos à compra.

A quarta fase de negociações de venda do Novo Banco iniciou-se a 19 de Agosto, correspondendo à negociação individual com a Anbang, que tinha apresentado a melhor proposta na fase anterior.

Na segunda-feira, o Novo Banco divulgou que registou prejuízos de 251,9 milhões de euros no primeiro semestre. Porém, excluindo factores de natureza não recorrente, o resultado foi negativo em 188,9 milhões de euros.

Entre os factores de natureza não recorrente está a imparidade relativa à Pharol SGPS/Oi, no montante de 55,4 milhões de euros, a reavaliação de passivos, de 59,4 milhões de euros, as provisões para outros activos e contingências, de 59,4 milhões de euros negativos, e os custos com reformas antecipadas e indemnizações, de 7,6 milhões de euros.

Governo compreende dificuldade na venda do Novo Banco
A ministra das Finanças admite que a venda do Novo Banco é importante para a estabilidade financeira, mas acredita que o Banco de Portugal só não fechou já o negócio porque não havia condições para o fazer.

"Naturalmente - e nós já o temos dito em nome da estabilidade financeira, que é um valor importante -, quanto mais cedo este assunto pudesse ficar resolvido, e bem resolvido, melhor. Mas, com certeza que o Banco de Portugal se decidiu não concluir a venda é porque terá entendido que não tinha condições", disse aos jornalistas Maria Luís Albuquerque, à margem de uma visita ao porto de Setúbal.

"O Banco de Portugal, no âmbito dos poderes que lhe estão conferidos pela lei, decidiu que não havia condições para fechar o negócio com aquele proponente e, de acordo com o que estava previsto, partiu para negociações com o seguinte. O Banco de Portugal é que é a autoridade da resolução nos termos da lei e a quem está atribuída a competência da venda. A mim cabe-me apenas acompanhar e desejar que as negociações corram pelo melhor", frisou a ministra das Finanças.

Confrontada com as declarações do líder do PS, António Costa, que acusou esta terça-feira o Governo e o governador do Banco de Portugal de terem cometido um "gravíssimo erro" quando quiseram criar a "ilusão" de que a resolução sobre o BES seria feita sem custos para os contribuintes portugueses, Maria Luís Albuquerque disse apenas que as matérias de estabilidade financeira "merecem reflexões e comentários muito ponderados".