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A teoria do mal menor. Economista alemão defende o "sim" no referendo grego

30 jun, 2015 • Sandra Afonso

Jens Bastian vive em Atenas há muitos anos e considera que, olhando para além da pergunta do referendo, está em causa se a Grécia continua ou não no euro.

A teoria do mal menor. Economista alemão defende o "sim" no referendo grego

Na Grécia, as opções da população são entre um "sim" e um "não" à aceitação das condições apresentadas na semana passada pelos credores internacionais. O resultado poderá mesmo determinar a permanência do país no euro. A Renascença pediu a Jens Bastian, um economista alemão que vive em Atenas há vários anos, para tentar antecipar o cenário que se segue.

O economista reconhece que os gregos não têm boas opções em cima da mesa, mas demarca-se de posições como a de Joseph Stiglitz – para o Nobel da Economia, o referendo é uma espécie de "voto entre a peste e a cólera".

Jens Bastian defende que votar "não" seria agravar ainda mais uma situação já por si difícil.

"Não há aqui nenhuma boa opção, mas, se pudesse votar, seria no 'sim'. Isso significa que apoiaria a proposta das instituições, mas não porque a acho aceitável ou generosa – considero-a errada! Mas a minha preocupação é que, olhando para além da pergunta do referendo, está a questão mais profunda e a consequência fundamental, se o país continua ou não no euro. Não quero que a Grécia deixe a Zona Euro, o que teria consequências catastróficas, para a Grécia a para a própria Zona Euro", considera o economista.

Caso vença o "sim", restam duas opções ao primeiro-ministro, Alexis Tsipras, diz o professor universitário. "Ou ele resigna e convoca um governo de unidade nacional, que não pode ser liderado por ele e que provavelmente será um governo de especialistas e tecnocratas, ou resigna e convoca eleições antecipadas", antevê Jens Bastian.

"Ele apostou o futuro político no resultado deste referendo, está a fazer campanha pelo 'não'. Por consequência, se o eleitorado grego votar 'sim', significa que já não confiam no governo do primeiro-ministro Tsipras."