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Bruxelas faz derradeira proposta a Atenas

30 jun, 2015

Juncker quer que Tsipras assine uma declaração onde se compromete a fazer campanha pelo “sim” no referendo de domingo. O primeiro-ministro não parece inclinado a aceitar o acordo de última hora.

Bruxelas faz derradeira proposta a Atenas
O presidente da Comissão Europeia terá apresentado uma sugestão à Grécia, na tentativa de chegar a um acordo ainda antes do fim do prazo para o país pagar ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O prazo expira às 24h00 desta terça-feira.

A informação é revelada à agência Reuters por fonte da União Europeia e do Governo grego.

Os pormenores não são todos conhecidos, mas segundo o jornal grego “Kathimerini”, Jean-Claude Juncker terá sugerido a Atenas uma renegociação da dívida já em Outubro e mexidas no subsídio de solidariedade para os pensionistas mais desfavorecidos.

Em contrapartida, o primeiro-ministro grego terá de assinar ainda esta terça-feira uma declaração, assumindo a concordância com o plano, a tempo de uma reunião de emergência do Eurogrupo.

Além disso, e segundo a agência Reuters, Alexis Tsipras teria de fazer campanha pelo “Sim” ao resgate financeiro no referendo do próximo domingo na Grécia.

Mas fonte do Governo de Atenas revela que, apesar do interesse com que ouviu a proposta do presidente da Comissão Europeia, Tsipras terá garantido que mantém o voto no “Não” por considerar que as exigências dos credores constituem uma humilhação para o povo grego.

Na noite de segunda-feira, Alexis Tsipras dizia na televisão grega que o povo vai decidir o que entende ser o melhor para o país e sublinhou que, caso vença o “sim”, não vai seguir uma política de austeridade.

O primeiro-ministro grego disse ainda acreditar que o país não vai ser empurrado para fora do Euro.

As negociações entre a Grécia e os parceiros da Zona Euro terminaram no sábado, depois do anúncio do referendo às propostas das instituições sobre o programa de resgate.

São 1,6 mil milhões de euros que estão em causa e que Atenas tem até ao final desta terça-feira para devolver ao FMI. Se não conseguir pagar a prestação, entra em incumprimento.

Na segunda-feira, os bancos fechados não abriram na Grécia e assim se vão manter até dia 6 de Julho, dia seguinte ao referendo. As medidas radicais, que incluem o limite ao levantamento de dinheiro a 60 euros diários, foram impostas para proteger o sistema bancário da ameaça de um pânico generalizado face à perspectiva de incumprimento e ao impacto do anúncio do referendo sobre as negociações com os credores.