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BES. Lesados identificaram responsáveis do banco que querem acusar de burla

29 mai, 2015

"Alguns clientes têm provas, incluindo documentos que mostram que o produto foi vendido pelo banco com não tendo risco",  disse Pedro Martins, um dos lesados.

Vários lesados com a compra de papel comercial do GES entraram esta sexta-feira acompanhados pela polícia nas instalações do Novo Banco, em Lisboa, para identificar os responsáveis do BES que querem acusar em tribunal de burla qualificada.

Em grupos de três, cumprindo a ordem da polícia, os lesados começaram às 12h30 horas a identificação dos gestores, subdirectores e directores de agência, directores regionais e directores de zona que, directa ou indirectamente, estiveram envolvidos na colocação de papel comercial dos Grupo Espírito Santo (GES) na rede de retalho.

"Os clientes que foram burlados entraram no banco para identificar os responsáveis contra quem vão interpor uma acção judicial por burla qualificada", contou à agência Lusa Pedro Martins, um dos lesados com a compra de papel comercial aos balcões do BES.

A identificação dos responsáveis do banco contra quem os lesados querem interpor acções já começou na semana passada em Lisboa e nalguma zonas do norte dos país, segundo Pedro Martins, que disse também que o objectivo é fazer prova em tribunal de que o papel comercial foi vendido como sendo um produto seguro.

"Alguns clientes têm provas, incluindo documentos que mostram que o produto foi vendido pelo banco com não tendo risco", explicou Pedro Martins.
Ao todo, acrescentou, são centenas os responsáveis do BES a identificar, incluindo os membros da administração BES.

São cerca de 2.500 os clientes do Novo Banco com papel comercial do GES no montante total de 527 milhões de euros.

A 3 de Agosto de 2014, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.