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Draghi: Perspectivas na Zona Euro são agora mais "brilhantes"

22 mai, 2015

Líder do Banco Central Europeu deixou ainda um aviso: "Isto não é de modo nenhum o fim dos nossos desafios e a recuperação cíclica por si só não resolve todos os problemas da Europa".

O presidente do BCE, Mario Draghi, considera que "as perspectivas económicas para a Zona Euro são hoje mais brilhantes do que têm sido ao longo de sete longos anos".

O líder do Banco Central Europeu (BCE) concluiu, assim, com uma nota positiva a sua intervenção no segundo dia do Fórum do BCE, que se realiza em Sintra pelo segundo ano consecutivo, justificando esse optimismo com os dados do crescimento económico e com as expectativas da inflação.

Mas, Draghi deixou também um aviso: "Isto não é de modo nenhum o fim dos nossos desafios e a recuperação cíclica por si só não resolve todos os problemas da Europa. Não elimina o fardo da dívida que afecta partes da União. Não elimina os elevados níveis de desemprego estrutural que assombram muitos países. E isso não elimina a necessidade de aperfeiçoar a estrutura institucional da nossa união monetária".

Fez ainda um apelo aos governos para que se envolvam de forma mais sistemática nas reformas estruturais "que ancoram a retoma do crescimento".
Isto porque, apesar de "a política monetária poder orientar a economia de volta ao seu potencial e as reformas estruturais poderem "elevar esse potencial", será a combinação dessas políticas que vão permitir "uma estabilidade duradoura e prosperidade" na Zona Euro.

Apesar do tom optimista com que encerrou a sua intervenção, Mario Draghi fez um discurso marcado pela necessidade de reformas estruturais e deixou mesmo o alerta de que face às atuais previsões que colocam o potencial de crescimento na Zona Euro abaixo de 1%, parte das perdas resultantes da actual crise se poderá tornar permanente e o desemprego elevado.

"O crescimento potencial está hoje estimado em menos de 1% na Zona Euro e deverá manter-se bem abaixo das taxas de crescimento anteriores à crise. Isto significaria que uma parte significativa das perdas económicas resultantes da crise se tornaria permanente, com o desemprego estrutural a ficar acima de 10% e o desemprego jovem elevado", disse.

O segundo fórum mundial do BCE iniciou-se na quinta-feira e decorre até sábado, juntando novamente em Sintra algumas das mais influentes personalidades do mundo da política monetária para debater o desemprego e a baixa inflação na Europa.