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Três anos depois, economia portuguesa volta a crescer

06 mai, 2015

Banco de Portugal confirma dados do INE, em linha com o Governo e acima das previsões da Comissão Europeia.

Três anos depois, economia portuguesa volta a crescer

O Banco de Portugal confirma os dados do Instituto Nacional de Estatística. Em 2014, depois de três anos de contracção, a economia portuguesa regressou ao crescimento, com uma subida de 0,9%.

A instituição liderada por Carlos Costa apresentou, esta quarta-feira, o Boletim Económico de Maio no qual o banco central analisa a evolução da economia portuguesa em 2014, não incluindo previsões para os próximos anos.

Os números estão em linha com as projecções do Governo e ficam uma décima acima das previsões da Comissão Europeia, que esta terça-feira apontou para um crescimento de 0,8%.

O boletim aponta o aumento do consumo das famílias e o investimento das empresas, enquanto o Estado passou a gastar menos.

"É imprescindível" prosseguir reformas
O Banco de Portugal defende que "é imprescindível" para a economia portuguesa "prosseguir o processo de ajustamento em curso" e que o sucesso de Portugal depende também de realizar reformas estruturais e "persistir na correcção dos desequilíbrios macroeconómicos".

Para a entidade, "o sucesso da economia portuguesa" depende, por um lado, da sua capacidade para "aumentar a quantidade e a qualidade dos factores produtivos", mas também da capacidade de "encetar reformas estruturais e persistir na correcção dos desequilíbrios macroeconómicos com base numa correta condução das políticas económicas".

Em relação ao elevado nível de endividamento de Portugal, o banco central considera que "constitui um problema" por representar um "contínuo desvio de recursos associado ao serviço da dívida" e pelo "nível de exposição ao risco a que submete a economia".

Quanto ao mercado de trabalho, o banco central considera que a evolução verificada em 2014 "espelha a evolução na actividade e também os fortes desequilíbrios acumulados nos últimos anos".

Apesar de o emprego ter crescido e de a taxa de desemprego ter caído em 2014, "os níveis de utilização do factor trabalho na economia portuguesa mantêm-se muito abaixo dos prevalecentes antes do início da crise internacional" e há também "uma menor dinâmica" nos fluxos laborais, ou seja, há menos destruição de emprego mas também uma "limitada criação de novos postos de trabalho". A solução para este problema passa por adoptar "medidas que envolvam a redução da segmentação no mercado de trabalho e que aumentem a flexibilidade salarial", recomenda o banco central.