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Governador deve continuar? Presidente da comissão BES acha que sim

05 mai, 2015 • Raquel Abecasis

Em entrevista à Renascença, Fernando Negrão avança uma possível explicação para ainda não terem sido instaurados inquéritos-crime no caso BES.

Governador deve continuar? Presidente da comissão BES acha que sim
Em vésperas de levar o relatório final da comissão de inquérito ao BES a plenário para o debate final, Fernando Negrão, que presidiu a comissão, defende que Carlos Costa deve manter-se no cargo até estarem encerrados todos os processos relacionados com o caso BES.

O mandato do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, deve ser renovado, defende o presidente da comissão de inquérito parlamentar ao caso BES, Fernando Negrão, em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença.

Em vésperas de levar o relatório final da comissão a plenário para o debate final, Fernando Negrão defende que Carlos Costa deve manter-se no cargo até estarem encerrados todos os processos relacionados com o caso BES.

“O Dr. Carlos Costa acompanhou todo o processo desde o início. Ele está empenhado, como nós sabemos, no que diz respeito à venda do Novo Banco, portanto acho que deve acompanhar este processo até ao fim."

Sobre as consequências judiciais da comissão de inquérito ao caso BES, Fernando Negrão admite que tem conversado “uma vez ou outra” com a procurador-geral da República, Joana Marques Vidal, a dar conta do andamento dos trabalhos.

O deputado do PSD reconhece que Portugal tem “um problema grave de lentidão na justiça”, mas tem uma possível explicação para o facto de ainda não haver inquéritos-crime no caso BES.

"O que eu diria é que o Ministério Público, eventualmente, estará a aguardar que a comissão de inquérito termine. Estará à espera dos resultados das contra-ordenações e então a parte criminal poderá avançar. Esta pode ser a estratégia do Ministério Público e é a única explicação para os inquéritos-crime ainda não terem avançado como todos os portugueses estarão à espera."

Neste entrevista à Renascença, Fernando Negrão diz que os trabalhos da comissão emperraram nas ligações deste caso a Angola.

"Ficámos ali com um problema no que diz respeito ao BESA, que foi uma peça importante em toda esta questão e não foi possível chegar a conclusões."

O deputado social-democrata manifesta, no entanto, esperança numa articulação judiciária entre o Ministério Público português e o Ministério Público angolano, já que no que respeita à comissão de inquérito "de Angola não tivemos respostas da parte das autoridades oficiais".