27 abr, 2015 • João Carlos Malta
O modelo Eos da Volkswagen vai deixar de ser produzido na Autoeuropa, em Julho, e isso está já a ter consequências no Parque Industrial de Palmela. A mais imediata é o encerramento da fábrica da Webasto e o despedimento dos 100 trabalhadores. Mas não deverão ser os únicos a ficar sem emprego. Segundo a Comissão de Trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa, há mais uma centena de trabalhadores em risco.
Na passada sexta-feira, a administração da Webasto anunciou aos trabalhadores a intenção de avançar com um despedimento colectivo.
"Os trabalhadores têm falado com a administração no sentido de encontrarem soluções que vão passar por acordos mútuos", avança à Renascença o coordenador da Comissão de Trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa, Daniel Bernardino.
O responsável diz ainda que o fim da unidade industrial é irrevogável e que acontecerá no curto prazo.
A Webasto dependia quase em exclusividade de um único modelo da Autoeuropa, o Eos.
Abalo no ecossistema
O fim da produção deste modelo afecta mais empresas e trabalhadores no ecossistema industrial de Palmela.
Segundo Daniel Bernardino, serão mais 100 empregos a ficar em risco em 13 empresas que também forneciam o modelo Eos.
Há alguma solução para estes trabalhadores? O representante dos trabalhadores fala de uma espécie de bolsa de emprego. "São sempre prioritários para as empresas que precisam de empregar. A Faurecia [empresa do Parque Industrial da Autoeuropa], por exemplo, cresceu a partir de 2013 e absorveu trabalhadores do Parque Industrial, nomeadamente da Webasto, cuja produção foi diminuindo", refere Daniel Bernardino.
O problema, diz, é que o momento não é de recrutamento, pelo que vai ser mais difícil resolver a questão.
"Isto facilmente se resolveria se a VW Autoeuropa já tivesse o seu novo modelo anunciado, o que não é o caso. O próximo ano será mais difícil, porque descontinuando um carro e não havendo outro modelo a entrar de novo começamos a ter preocupações", remata.