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Greve na TAP. Uma “ameaça tremenda” e um acto “perverso”

17 abr, 2015

A alternativa à privatização é o despedimento colectivo, a redução da sua actividade, a venda de aviões e o cancelamento de rotas, alerta Passos Coelho.

O primeiro-ministro defendeu que a greve de dez dias dos pilotos da TAP "põe em risco a empresa" no "curto prazo", e argumentou que a alternativa à privatização da companhia é a uma "TAP em miniatura".

"É perverso que uma greve que está decretada para valer 10 dias, em nome de salvar a empresa para evitar a privatização, possa pôr em risco a própria empresa. Porque põe. E põe em risco a empresa não é no futuro de médio prazo, é no curto prazo", afirmou Pedro Passos Coelho.

No debate quinzenal no parlamento, o chefe de Governo disse que "quem julga que impedindo a privatização da empresa está a empurrar com a barriga para resolver o assunto de outra maneira, lá mais para a frente, daqui a uns anos, está muito enganado, porque a TAP terá um problema muito sério muito rapidamente".

Segundo Passos Coelho, "a alternativa à privatização da TAP é o despedimento colectivo, a redução da sua actividade, a venda de aviões, cancelamento de rotas".

"É ter uma TAP em miniatura, que não serve o interesse do país. Não vejo como possa servir o interesse dos pilotos, não serve os interesses dos trabalhadores da TAP, não serve o interesse de Portugal", argumentou.

O primeiro-ministro falava depois de questionado pelo líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, e começou por dizer que paralisação na companhia área nacional "não se compreende".

“Uma ameaça tremenda”
O ministro da Economia classificou o protesto dos pilotos como uma ameaça tremenda à viabilidade e sustentabilidade da transportadora aérea e reafirmou manter o plano de privatização da empresa.

"Volto a apelar ao bom senso dos pilotos" para que recuem na intenção, anunciada quinta-feira, de fazerem uma greve de dez dias, disse Pires de Lima à saída de um encontro, em Lisboa, promovido pelo Instituto para a Promoção e Desenvolvimento da América Latina (IPDAL).

O ministro disse ainda que o impacto da greve "pode ser extraordinariamente duro" quanto à sustentabilidade da empresa e reforçou este temor dizendo que esta forma de luta é uma "ameaça à sustentabilidade [da empresa] tremenda".

Pires de Lima acusou os pilotos de não cumprirem a sua palavra, ao reivindicarem exigências que já tinham ficado afastadas do acordo assinado em finais do ano passado e precisou que a cedência de capital da TAP aos pilotos - uma das razões da greve - foi considerada nula pela Procuradoria-Geral da Republica (PGR) e que "o Governo não pode negociar algo que a PGR disse por escrito que não se pode fazer".

A greve dos pilotos foi aprovada na quinta-feira em assembleia na qual participaram cerca de 500 pilotos da TAP, que mandataram a direcção do seu sindicato a emitir um pré-aviso de greve dentro de um dia.