Emissão Renascença | Ouvir Online

FMI revê em alta estimativas do desemprego e crescimento

14 abr, 2015

Organização liderada por Christine Lagarde duvida da capacidade do Governo de manter o défice abaixo dos 3%.

O Fundo Monetário Internacional estima que o desemprego em Portugal se situe nos 13,1%, acima da projecção feita em Janeiro e que era de 12,7%. O "World Economic Outlook" também prevê um crescimento económico mais acentuado.

O valor de 13,1% continua, todavia, a representar uma diminuição de 0,8 pontos percentuais em relação ao desemprego registado em 2014 e ambas as estimativas são inferiores à do próprio Governo, que se situa nos 13,4%. Para 2016, o FMI já prevê uma taxa de desemprego de 12,6%.

O fundo parte assim do princípio que o desemprego vai continuar a diminuir, só que a um ritmo mais lento do que previamente calculado.

As estimativas aparecem publicadas na edição da "World Economic Outlook" lançada esta terça-feira. Na revista lê-se ainda que o FMI prevê um crescimento económico mais acentuado do que se esperava anteriormente. A projecção situa-se agora em 1,6% de crescimento, acima dos 1,2% das projecções de Janeiro. Para 2016 o crescimento previsto é de 1,5%.

Nas últimas previsões apresentadas pelo Governo para este ano, conhecidas em Outubro de 2014 aquando da apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2015, o Executivo apontava para um crescimento de 1,5% este ano.

O Governo português terá de fazer mais, todavia, para convencer a organização liderada por Christine Lagarde de que será capaz de atingir a meta prevista para o défice, de 2,7%, já que o FMI manifesta dúvidas em relação a esse facto, apontando para os 3,2%.

No relatório, o Fundo apresenta também previsões para a inflação, antecipando que a taxa fique nos 0,6% este ano e nos 1,3% em 2016, e para as contas externas, estimando que as contas de Portugal com o estrangeiro atinjam os 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 e os 1% do PIB no próximo ano.