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"Não é com salários baixos que vamos lá"

30 mar, 2015 • Henrique Cunha

Presidente da AIMinho defende aposta na produtividade. "Salários mais elevados, com uma produtividade maior" é a receita apontada por António Marques.

"Não é com salários baixos que vamos lá"

O presidente da Associação Industrial do Minho (AIMinho), António Marques, adverte para o facto de a sustentabilidade da economia portuguesa não poder ser atingida à custa de salários baixos.

“Não é com salários baixos que vamos lá”, afirma António Marques à Renascença, numa reacção ao estudo do Eurostat que coloca Portugal como o sexto país com os custos laborais mais baixos da Zona Euro.

António Marques sustenta que a falta de competitividade da economia e das empresas portuguesas não está relacionada com os custos do trabalho. “Temos todos que criar condições, com políticas públicas alternativas, para que os salários possam ser mais elevados, com uma produtividade maior, para que possamos ter um outro crescimento e rendimento disponível das pessoas”, defende.

“Devemos caminhar para valores salariais mais elevados, mas também para uma produtividade maior”, reforça o presidente da AIMinho.

António Marques considera ainda que as reformas da economia portuguesa exigidas pelo programa de resgate financeiro não resolveram os problemas do país.

Portugal é o sexto país com os custos laborais mais baixos da Zona Euro. O custo médio da mão-de-obra no nosso país era de 13,1 euros por hora no ano passado.

Os valores mais baixos foram registados na Lituânia, com 6,5 euros e na Letónia com 6,6 euros por hora. No lado oposto encontra-se o Luxemburgo, onde a hora de trabalho custa quase 35,9 euros.