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Ex-presidente da PT explica-se aos deputados

04 mar, 2015 • Sandra Afonso

Quem deu as ordens, e quando, para aplicar 797 milhões de euros na Rioforte, do Grupo Espírito Santo, é o que se espera esclarecer no Parlamento, sobretudo, depois de o gestor Zeinal Bava ter alegado total desconhecimento sobre o assunto.

Ex-presidente da PT explica-se aos deputados
O ex-presidente da PT SGPS, Henrique Granadeiro, é ouvido esta quarta-feira à tarde no Parlamento, na comissão de inquérito ao caso BES. É o segundo responsável da Portugal Telecom a ser ouvido e o único, até ao momento, que assumiu alguma responsabilidade na aplicação de dinheiro numa empresa do Grupo Espírito Santo.

Henrique Granadeiro admitiu ter mandado o administrador financeiro, Luís Pacheco de Melo, aplicar 200 milhões na Rioforte, mas a PT colocou nessa empresa mais 797 milhões, que ainda ninguém assumiu.

Granadeiro aponta o dedo ao antigo presidente executivo da PT, Zeinal Bava, e diz que os brasileiros da Oi sabiam de tudo – declarações que já lhe valeram um processo.

Na semana passada, Zeinal Bava, numa audição em que durante horas repetiu à exaustão sobretudo o que não sabia, garantiu que, à data dos investimentos ruinosos, já não tinha o pelouro da PT SGPS, onde eram feitas as aplicações.

Esta quarta-feira, Henrique Granadeiro vai ter a oportunidade de explicar quem tinha, afinal, esse pelouro quando foram feitos os empréstimos à Rioforte.

Os deputados vão querer também saber qual era a relação de Ricardo Salgado, patrão do BES, com a Portugal Telecom, que informações tinha sobre a situação do grupo GES e porque investiu tanto numa altura em que já estava em clara dificuldade.

Há ainda perguntas sobre a fusão falhada com os brasileiros da Oi.