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Mexia diz que BCP deve analisar “profundamente” proposta de fusão com BPI

03 mar, 2015

"Há trabalho para fazer e analisar as hipóteses é uma das coisas mais importantes na vida", considera o presidente executivo da EDP, que detém quase 3% das acções do BCP.

Mexia diz que BCP deve analisar “profundamente” proposta de fusão com BPI
O presidente executivo da EDP, António Mexia, afirmou esta terça-feira que a proposta de fusão entre BPI e BCP da empresária angolana Isabel dos Santos "tem de ser profundamente analisada".

António Mexia, que falava à margem da apresentação dos resultados anuais da EDP, disse que, como accionista (a EDP detém 2,84% do BCP), tem de "esperar pelo trabalho" da comissão executiva do banco para ver o que a possível fusão implicaria.

"O BCP já deu um sinal claro" ao estar disponível para negociações, observou o presidente da EDP", considerando que uma não resposta do BPI sobre a proposta de Isabel dos Santos "é absolutamente legítima" já que o banco de Fernando Ulrich "tem neste momento assuntos internos para tratar".

António Mexia ressaltou que o que está em causa "é que ao BCP foi pedida uma resposta e a resposta foi dada". Ou seja, "há trabalho para fazer e analisar as hipóteses é uma das coisas mais importantes na vida".

O presidente da EDP terminou observando que é preciso "ver exactamente o que contribui para a melhoria da situação do banco, dos seus accionistas e também para o sistema bancário português".

Os presidentes das comissões executivas do BPI, BCP e CaixaBank receberam esta terça-feira uma carta da holding angolana Santoro, detida por Isabel dos Santos, onde a empresa propõe criar o maior banco privado português (BPI+BCP) com interesses em Angola, Moçambique e Polónia, mas com um núcleo accionista centrado em Portugal.

Esta proposta de Isabel dos Santos, que detém 18,6% do BPI, choca com os interesses da OPA ao BPI dos espanhóis do CaixaBank, que querem a integração ibérica dos dois bancos.

A 17 de Fevereiro o CaixaBank anunciou a intenção de lançar uma OPA sobre os 55,9% do capital do BPI que ainda não detém, mas enumerando duas condições: conseguir pelo menos 50,01% do banco português e obter o desbloqueio dos direitos de voto no BPI, que lhe estão limitados a 20%.

Ou seja, o banco catalão ofereceu 1,329 euros por cada acção do BPI para obter pelo menos mais 5,9% do capital do banco português, mas tem de conseguir três quartos dos votos (75%) na assembleia-geral de accionistas do BPI a favor da desblindagem dos estatutos. Nessa votação, o CaixaBank ainda votará com 20% dos votos.