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Isabel dos Santos quer BCP e BPI juntos. CMVM quer esclarecimentos

02 mar, 2015

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários já reagiu à notícia que dá conta de que Isabel dos Santos quer avançar com uma proposta alternativa à oferta da CaixaBank. Uma proposta que pode criar o maior banco privado português com uma quota e mercado de 30%.

Isabel dos Santos quer BCP e BPI juntos. CMVM quer esclarecimentos

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) informou esta segunda-feira ter pedido esclarecimentos a Isabel dos Santos sobre uma eventual fusão que a empresária defenderá entre o BPI e o BCP, de acordo com o "Expresso". A CMVM, disse fonte oficial à agência Lusa, "pediu esclarecimento conforme previsto nos procedimentos de supervisão de informação de emitentes".

A indicação do regulador surge após o "Expresso" noticiar que a empresária angolana Isabel dos Santos, segunda maior accionista do BPI, através da empresa Santoro, vai propor que se iniciem conversações entre o BPI e o BCP - onde a Sonangol detém a maior posição accionista - com vista a uma fusão.

O "Jornal de Negócios" avança que o anúncio formal desta oferta deve ser feito esta segunda-feira.

O objectivo será o de travar a Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI, liderado por Fernando Ulrich.

O "Expresso" escreve ainda que a fusão BPI /BCP daria origem ao maior banco privado em Portugal, com uma quota de cerca de 30% do mercado português e uma capitalização bolsista de 6,5 mil milhões de euros

O CaixaBank anunciou a 17 de Fevereiro a intenção de adquirir a maioria do capital do BPI por 1,329 euros por acção, num total de 1,082 mil milhões de euros.

O "Expresso" recorda que o BCP, que no passado chegou a lançar uma OPA sobre o BPI a 7,5 euros por ação, sem sucesso, tem como maior acionista a Sonangol.

O banco catalão é o maior accionista do BPI, com 44,1% do banco, contando com quatro membros no Conselho de Administração do banco português, seguindo-se a empresária angolana Isabel dos Santos, através da Santoro, com 18,6%, e o Grupo Allianz, com 8,4%.

O CaixaBank ofereceu 1,329 euros por cada acção do BPI, um valor que representou um prémio de 27% face ao valor das acções um dia antes do anúncio.