Emissão Renascença | Ouvir Online

O que falhou no BES? "Não foram os auditores"

28 jan, 2015 • Sandra Afonso

Na comissão de inquérito, a responsável da auditora KPMG deixou críticas à PwC, que antecedeu a KPMG como auditora do banco.

Os auditores não falharam no caso BES. A conclusão é da responsável da auditora KPMG que está a ser ouvida no Parlamento.

"O que falhou? O que posso dizer é que não foram os auditores, claramente", sublinhou Inês Viegas.

A responsável desmente, no entanto, que a KPMG alguma vez tenha sido avisada pela empresa antecessora que auditava as contas do BES para os problemas com que se iria deparar.

Inês Viegas desmente o presidente da concorrente PwC quando veio ao Parlamento dizer que avisaram os sucessores para os problemas da Espírito Santo Internacional (ESI), empresa do Grupo Espírito Santo onde viria a ser descoberto um dos maiores buracos nas contas.

A versão da responsável da KPMG é bem diferente: "Não só não nos foi dito nada naquelas reuniões nas quais eu estive presente que desaconselhasse a KPMG a aceitar o BES como cliente, nem foi dito nenhum aspecto que nós próprios considerássemos que era de evitar aceitar o BES como cliente e todas as indicações que tínhamos era no sentido oposto".

A dificuldade de acesso a informação sobre a ESI foi um dos motivos apresentados pela PwC para abandonar as contas do BES. No entanto, a KPMG diz não ter encontrado o mesmo tipo de problemas.

A comissão de inquérito arrancou a 17 de Novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.

Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".