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Pires de Lima sobre as Lajes: "Governo estuda minimização do impacto"

20 jan, 2015 • Filomena Barros e Teresa Abecasis (vídeo)

Em entrevista à Renascença, o ministro da Economia diz que Passos Coelho criou grupo de trabalho para "encontrar alternativas". Pires de Lima deixa uma garantia: o Governo não vai nacionalizar a PT.

Pires de Lima sobre as Lajes: "Governo estuda minimização do impacto"
A TAP é mesmo para privatizar e o processo ficará concluído em Maio, diz o ministro da Economia. Se o comprador não mantiver a TAP em Portugal e os mesmos voos para a diáspora, a companhia regressa às mãos do Estado. Sobre a alegada discriminação entre sindicatos, diz que tudo não passou de um "lapso".
O ministro da Economia, Pires de Lima, revela, em entrevista à Renascença, que "o primeiro-ministro resolveu nomear um grupo de trabalho para perspectivar aquilo que pode ser a minimização do impacto económico e social na ilha Terceira", nos Açores, provocado pela saída de cerca de 500 soldados norte-americanos da base das Lajes.

O Ministério da Economia faz parte desse grupo, através do secretário de estado da Economia Leonardo Matias, que vai coordenar o trabalho. Objectivo: "procurar encontrar alternativas que permitam minimizar o impacto de uma decisão que não nos agrada".

O ministro adianta que este grupo de trabalho foi nomeado na segunda-feira e que ainda é cedo para assumir compromissos em matéria de medidas de desenvolvimento social e económico para a Terceira e para os Açores.

Nesta entrevista, Pires de Lima deixou ainda uma garantia: a TAP privatizada ficará "para sempre" em Portugal e a cumprir serviço público. Caso contrário, regressará às mãos do Estado.

Governo não vai nacionalizar a PT
Pires de Lima assume que tem estado "atento e preocupado com a evolução das discussões relativas ao futuro da PT Portugal, entre os accionistas PT SGPS e Oi".

Ressalva, desde logo, que "há um activo importante, que é a PT Portugal que cumpre um papel muito importante no mercado das telecomunicações, que emprega 10 mil pessoas e que é uma empresa que precisa de ser preservada".

Mas faz críticas à governação da PT. "A empresa não teve – e acho que isso hoje é reconhecido – os melhores accionistas, foi profundamente descapitalizada nos últimos anos, e também não tem nos seus actuais accionistas da Oi os melhores. Eles próprios reconhecem que não querem continuar donos da empresa e que não têm capital para desenvolver".

Para o ministro centrista, o que a PT precisa é de "um virar de página. É encontrar uma estrutura accionista estável e com capital para assegurar a competitividade da empresa".

"[O Governo] não tem poder nenhum de intervir a não ser nacionalizando a empresa, mas que sentido faz nacionalizar uma empresa que tem possibilidade de crescer e quando há empresas interessadas e que pagam mais de 7 mil milhões de euros?".

"Não seria razoável, depois do que se verificou na PT, o Estado pegar em 7 mil milhões de euros do dinheiro dos contribuintes, ir ao bolso dos portugueses, para privatizar uma empresa que tem privados que estão interessados em pagar esse dinheiro para que a PT possa continuar a desenvolver. Eu acho que isso não faz sentido nenhum".