O ministro da Economia, Pires de Lima, revela, em entrevista à
Renascença, que "o primeiro-ministro resolveu nomear um grupo de trabalho para perspectivar aquilo que pode ser a minimização do impacto económico e social na ilha Terceira", nos Açores, provocado pela saída de cerca de 500 soldados norte-americanos da base das Lajes.
O Ministério da Economia faz parte desse grupo, através do secretário de estado da Economia Leonardo Matias, que vai coordenar o trabalho. Objectivo: "procurar encontrar alternativas que permitam minimizar o impacto de uma decisão que não nos agrada".
O ministro adianta que este grupo de trabalho foi nomeado na segunda-feira e que ainda é cedo para assumir compromissos em matéria de medidas de desenvolvimento social e económico para a Terceira e para os Açores.
Nesta entrevista, Pires de Lima
deixou ainda uma garantia: a TAP privatizada ficará "para sempre" em Portugal e a cumprir serviço público. Caso contrário, regressará às mãos do Estado.
Governo não vai nacionalizar a PT Pires de Lima assume que tem estado "atento e preocupado com a evolução das discussões relativas ao futuro da PT Portugal, entre os accionistas PT SGPS e Oi".
Ressalva, desde logo, que "há um activo importante, que é a PT Portugal que cumpre um papel muito importante no mercado das telecomunicações, que emprega 10 mil pessoas e que é uma empresa que precisa de ser preservada".
Mas faz críticas à governação da PT. "A empresa não teve – e acho que isso hoje é reconhecido – os melhores accionistas, foi profundamente descapitalizada nos últimos anos, e também não tem nos seus actuais accionistas da Oi os melhores. Eles próprios reconhecem que não querem continuar donos da empresa e que não têm capital para desenvolver".
Para o ministro centrista, o que a PT precisa é de "um virar de página. É encontrar uma estrutura accionista estável e com capital para assegurar a competitividade da empresa".
"[O Governo] não tem poder nenhum de intervir a não ser nacionalizando a empresa, mas que sentido faz nacionalizar uma empresa que tem possibilidade de crescer e quando há empresas interessadas e que pagam mais de 7 mil milhões de euros?".
"Não seria razoável, depois do que se verificou na PT, o Estado pegar em 7 mil milhões de euros do dinheiro dos contribuintes, ir ao bolso dos portugueses, para privatizar uma empresa que tem privados que estão interessados em pagar esse dinheiro para que a PT possa continuar a desenvolver. Eu acho que isso não faz sentido nenhum".