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Ministro da Economia: "Esta requisição não é contra ninguém"

19 dez, 2014

Empresa reabriu a venda de voos para os quatro dias de greve e admite aceitar alterações segundo as disponibilidades.

Ministro da Economia: "Esta requisição não é contra ninguém"
O ministro da Economia disse que o Governo provavelmente não recorreria à requisição civil na TAP se não estivesse em causa a época do Natal, garantido que esta decisão não tem alvos.

"Esta requisição não é contra ninguém. É a favor das comunidades emigrantes e das pessoas que vivem nos Açores e na Madeira para se poderem reunir com as famílias", afirmou António Pires de Lima em declarações aos jornalistas à margem do lançamento dos programas operacionais do novo ciclo de fundos comunitários.

"A nossa atitude muito provavelmente seria diferente se não estivesse em causa o Natal e aquilo que representa para as famílias de todos os portugueses", justificou.

"O meu desejo é que esta requisição não fosse necessária. Marcámos esta requisição civil por estarmos no período que estamos. É Natal. E ninguém compreenderia que o governo não tomasse a atitude que tomou estando em causa as reuniões familiares", reforçou.

O ministro garantiu que "a requisição não é contra ninguém" e destacou: "É a favor do interesse nacional, é a favor da comunidade emigrante, das pessoas que vivem nos Açores e na Madeira que precisam da TAP para se poderem reunir com as famílias nesta altura do ano. É também a favor do turismo, que precisa desta semana para acabar bem o ano de 2014".

Pires de Lima disse ainda que os sindicatos ainda vão a tempo de incluir algumas das suas preocupações no caderno de encargos da privatização da TAP.  "Gostaria que os sindicatos aproveitassem a oportunidade que o Ministério da Economia lhes dá, que eu lhes dou pessoalmente de poderem influenciar o caderno de encargos da privatização da TAP que há-de ser apresentado em conselho de ministros ao longo do mês de Janeiro. Ainda vamos a tempo de incluir nesse caderno de encargos algumas das preocupações que os sindicatos me manifestaram na reunião que tivemos na semana passada", apelou.

Companhia reabre venda de voos
A TAP reabriu esta sexta-feira a venda de voos para os quatro dias de greve e admite aceitar alterações segundo as disponibilidades dos voos, um dia depois do Governo ter decretado uma requisição civil para o período de paralisação.

"Reabrimos os voos do período da greve a vendas", disse à agência Lusa fonte oficial da transportadora aérea.

A mesma fonte afirmou que no cumprimento das decisões do Conselho de Ministros de quinta-feira, ou seja, quando o Governo decretou uma requisição aos trabalhadores para os quatro dias de greve marcada, de 27 a 30 de Dezembro, "os serviços da TAP estão a desenvolver todas as acções necessárias à garantia da realização dos voos programados" para aqueles dias.

"Desta forma, estão reabertas as vendas para os voos do período referido, podendo ser aceites alterações de acordo com as disponibilidades dos voos", reforçou a fonte da transportadora aérea de bandeira.

A requisição civil aprovada na quinta-feira pelo Governo abrange cerca de 70% dos trabalhadores da TAP, permitindo realizar todos os voos previstos para os quatro dias da greve. De acordo com o ministro Pires de Lima, os 1.141 voos programados para os dias 27, 28, 29 e 30 de Dezembro vão realizar-se, manifestando confiança de que os trabalhadores do grupo abrangidos pela requisição respeitarão a decisão hoje tomada pelo Governo.