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Greves podem custar até 66 milhões de euros à TAP

18 dez, 2014

A primeira paralisação chegou em Agosto, com os pilotos a manifestarem o seu descontentamento face aos cancelamentos acima da média e incidentes frequentes no Verão. A última foi marcada entre o Natal e o Ano Novo.

Os cinco dias de greve dos pilotos, dos tripulantes e da Portugália (PGA) já custaram cerca de 30 milhões de euros à TAP, que perderá cerca 66 milhões de euros se a paralisação entre o Natal e o Ano Novo avançar, segundo contas da companhia aérea.

Fonte oficial da TAP adiantou à agência Lusa que os quatro dias de greve, entre 27 e 30 de Dezembro, podem representar uma perda de receitas de 36 milhões de euros, uma vez que se trata de uma das semanas do ano com maior tráfego, o que eleva os custos diários para nove milhões de euros.

Os quatro dias de greve dos tripulantes e dos pilotos tiveram um custo directo de 25 milhões de euros em 2014, valor que pode subir até aos 75 milhões de euros, considerando o "efeito completo" de uma paralisação.

As contas foram feitas recentemente pelo presidente da TAP, Fernando Pinto, dias antes da decisão dos 12 sindicatos de avançarem para uma greve de quatro dias entre o Natal e o Ano Novo para contestar o relançamento da privatização da empresa.

Num encontro com jornalistas a 9 de Dezembro, Fernando Pinto disse que os dias de paralisação tiveram "um custo directo de 25 milhões de euros", valor que se multiplica por "duas ou três vezes" se for considerado o "efeito completo".

O gestor admitiu que o resultado previsto para 2014 "dificilmente será atingindo", apontando o dedo ao "impacto das greves", admitindo ter dúvidas de que o negócio do transporte aéreo (TAP SA) feche com lucros, podendo interromper cinco anos consecutivos de resultados positivos.

Dias de protesto
A primeira greve na TAP chegou em Agosto, com os pilotos a manifestarem o seu descontentamento face aos cancelamentos acima da média e incidentes frequentes dos meses de Junho e Julho, alegando não ter "outra opção" para evitar outro Verão "vergonhoso".

Em Outubro e Novembro, foi a vez dos tripulantes do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) paralisarem praticamente a operação (com excepção dos voos da PGA e os serviços mínimos) durante quatro dias para reclamarem o respeito pelo Acordo de Empresa.

Já este mês, também os aviões da Portugália ficaram dois dias em terra devido à greve dos tripulantes de cabine, insatisfeitos com as "permanentes violações às regras laborais estabelecidas no clausulado do Acordo de Empresa".

Em Novembro, o Governo decidiu relançar a privatização da companhia aérea, suspensa em Dezembro de 2012, o que acendeu uma nova onda de contestação.