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Trabalhadores da TAP: Discussão sobre requisição civil "é uma provocação"

17 dez, 2014

Os funcionários da companhia aérea consideram que o Conselho de Ministros devia focar-se na "ideia da defesa dos interesses e da soberania nacionais, não privatizando a TAP".

Trabalhadores da TAP: Discussão sobre requisição civil "é uma provocação"
A comissão de trabalhadores da TAP considera que a discussão de uma eventual requisição civil em Conselho de Ministros é mais uma "provocação", preferindo que o Governo se ocupasse de defender o que consideram "interesse nacional".

"Isto é provocação atrás de provocação. Era muito mais bem empregue o tempo de uma reunião de Conselho de Ministros se eles reforçassem a ideia da defesa dos interesses e da soberania nacionais, não privatizando a TAP. Ia ser um esforço muito mais bem empregue. Com isto da requisição civil, estão a pôr em causa a lei da greve. Isso é muito perigoso", afirmou Vítor Baeta, porta-voz dos funcionários da companhia aérea, após um de vários encontros com grupos parlamentares.

O primeiro-ministro, Passos Coelho, afirmou esta quarta-feira que o executivo da maioria PSD/CDS-PP vai analisar no Conselho de Ministros de quinta-feira uma eventual requisição civil para a TAP e tomará todas as medidas possíveis para garantir a normalidade de serviços da transportadora aérea.

"Que Governo é este que privatiza tudo o que é estratégico? Estamos a falar em vender o maior exportador nacional, cujos trabalhadores metem nos cofres do Estado 100 milhões de euros por ano para IRS e outros 100 milhões para Segurança Social", alertou o representante de trabalhadores da TAP.

Os 12 sindicatos que representam os trabalhadores da TAP - grupo que entretanto o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), afecto à UGT, abandonou - convocaram a greve na sequência da recusa do Governo em suspender o processo de privatização.

"Estamos a desprezar uma companhia com um impacto económico, com tudo o que se movimenta a montante e a jusante, de mais de 25 mil milhões de euros. Isto é para oferecer de mão beijada a um ou outro amigo estrangeiro ou nacional? Pensamos que não", concluiu.