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Passos Coelho. "O Estado tem de emagrecer um bocadinho mais"

17 dez, 2014 • Paula Costa Dias

"O Estado tem de se portar bem, esteja o Governo ocupado por partidos que são mais gastadores ou mais poupadinhos", afirmou o primeiro-ministro, num jantar-conferência, na Ortigosa, concelho de Leiria.

Passos Coelho. "O Estado tem de emagrecer um bocadinho mais"
O Estado tem de continuar a emagrecer. O alerta partiu de Passos Coelho no encerramento de uma mesa redonda que reuniu na Ortigosa, concelho de Leiria, ex-ministros e atuais secretários de Estado.

Perante uma plateia de profissionais ligados às mais variadas áreas, o primeiro-ministro admitiu que ao longo destes anos de ajustamento, o Estado não acompanhou o ritmo de desendividamento manifestado pelo sector não financeiro e pelas famílias.

“O Estado emagreceu, mas precisa ainda de emagrecer um bocadinho mais, embora agora de uma forma mais inteligente”, salientou Passos Coelho, que explicou que “quando nós temos de emagrecer depressa, os remédios por vezes são mais sérios”.

Já “quando as coisas estão mais disciplinadas”, frisou o primeiro-ministro, “ podemos fazê-lo de uma forma mais inteligente e é isso que, progressivamente, iremos fazer”.

Com mais “transparência”, advertiu Passos Coelho, que deu o exemplo do Conselho de Finanças Públicas e da Lei de Compromissos que “obriga a que ninguém comprometa a execução orçamental sem ter lá o financiamento necessário para cobrir a respectiva despesa”.

Um Estado bem comportado
Sublinhando que há hoje "uma verdade orçamental" maior que no passado, Passos Coelho advertiu: "O Estado tem de se portar bem, esteja o Governo ocupado por partidos que são mais gastadores ou mais poupadinhos, é indiferente".

"As contas devem sempre bater certas. Se tivermos alguém que seja mais gastador, os impostos têm de subir mais, se houver alguém mais poupadinho os impostos não precisam de subir tanto. É a economia privada que funciona de uma forma mais activa", referiu, assinalando que "esta é uma escolha política, é uma escolha de preferência política".

Para Passos Coelho, "o Estado que continuamente tem contas desequilibradas como uma empresa que tem continuamente contas desequilibradas dá mau resultado", pois "alguém deixa de receber salários, alguém deixa de fazer investimento, alguém deixa de ter despesa produtiva que devia porque não tem como a pagar".

Como é que o Estado vai emagrecer, Passos Coelho não explicou, aliás, mais uma vez recusou-se a prestar quaisquer declarações aos jornalistas, numa noite em que, em pleno reduto laranja, foi recebido com uma manifestação de dirigentes sindicais afectos à CGTP que pediam a demissão do Governo e a convocação de eleições antecipadas.