27 nov, 2014
O primeiro-ministro admite que o Estado pode ter de recapitalizar a Caixa Geral de Depósitos caso haja prejuízo "muito elevado" na venda do Novo Banco. Passos Coelho salientou, no entanto, que o problema do Banco Espírito Santo (BES) foi "de má gestão e não de supervisão".
"O que aconteceu no BES não é resultado de má supervisão, é resultado de má gestão do banco. Espero que nenhuma comissão de inquérito inverta este problema", disse o chefe do Governo.
Em entrevista à RTP, Pedro Passos Coelho considerou que "é muito pouco provável que venha a existir um custo directo para os contribuintes portugueses", mas admitiu que possa existir uma consequência indirecta.
"Pode vir a ter um custo - não é para o contribuinte português - é para a Caixa Gera de Depósitos. Por via indirecta, esse custo significa uma de duas coisas: que a Caixa não dará resultados tão bons ou que o Estado pode mesmo necessitar de fazer alguma recapitalização da Caixa se o custo for muito elevado", sublinhou.
Sobre o Novo Banco, o primeiro-ministro reconhece que "ninguém sabe qual vai ser o resultado da venda", que "tem alguns riscos", mas lembra que a "diferença será suportada pelo sistema financeiro".
Passos Coelho defendeu a solução encontrada pelo Banco de Portugal para o caso BES e reconheceu que houve "colaboração e muitas trocas de impressão" entre o Governo e o governador do Banco de Portugal.
O governante lembra que "a gestão do BES pôs em risco aqueles que lá depositaram o dinheiro". Passos Coelho considera que é sempre possível melhorar a supervisão, mas lembra que o BES foi alvo de medidas muito corajosas por parte do Banco de Portugal.