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Alentejo

Enoturismo já é “um negócio”

27 nov, 2014 • Rosário Silva

Metade dos portugueses que bebem consomem vinho do Alentejo. As adegas sabem-no e investem no enoturismo para dar visibilidade à marca, mas também para manter por mais tempo os turistas na região.

Enoturismo já é “um negócio”
Em toda a área geográfica do Alentejo, a Rota dos Vinhos, conta já com 69 adegas, das quais cerca de 25, estão já equipadas para o enoturismo, com uma boa capacidade para receber os turistas.

"Têm a possibilidade de elas próprias [as adegas] terem um restaurante. Menos terão dormidas, mas não deixa de ser a composição de uma oferta que convida as pessoas a permanecer mais tempo e a viver mais de perto daquilo que é a tradição do vinho", refere à Renascença a presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), Dora Simões. 

Sabe que há todo "um mundo" com interesse para quem visita a região, onde o investimento neste sector específico está a ser feito pela Rota dos Vinhos, através de uma plataforma que dá a conhecer a oferta disponível, mas, mais ainda, pelas próprias empresas.

"Temos um grande número na zona de Reguengos, na zona de Borba, junto de Beja, na Vidigueira ou Campo Maior. Portanto, há uma série de adegas que já olham para o enoturismo como um negócio. Nalguns casos pode não dar lucro, mas dá, certamente, uma visibilidade e acresce naquilo que é a notoriedade da própria marca", sublinha.

Impacto na comunidade
É um ciclo que está a desenvolver-se, com uma abrangência que não fica, apenas, pelo enoturismo e com impacto positivo para toda a comunidade, lembra Dora Simões.

"Se [a adega] não tiver restaurante há os da localidade próxima que também será visitada, quem produz artesanato ou mesmo outras empresas de actividades culturais, desportivas ou de passeio que tiram proveito disso. O turismo não é uma actividade isolada num só local, tem toda a interacção com a comunidade local e o pequeno comércio que lá existe", refere.

Os vinhos do Alentejo são a maior categoria de vinho certificado, de qualidade, comercializado em Portugal. Têm 47% de quota de mercado em valor e 45% em volume. Uma posição muito favorável, adquirida ao longo de 30 anos.