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Venda do Novo Banco com prejuízo terá impacto "zero" nos contribuintes

25 nov, 2014

Serão os bancos a pagar a diferença, garante presidente do Fundo de Resolução da Banca.

Venda do Novo Banco com prejuízo terá impacto "zero" nos contribuintes

O presidente do Fundo de Resolução da Banca, José Ramalho, garante que uma eventual venda do Novo Banco abaixo do preço do empréstimo terá impacto "zero" nos contribuintes

Se a diferença entre o valor injectado no banco e o valor da futura venda for muito elevada, poderá ser definida uma "estrutura de financiamento que se prolongue no tempo", mas sempre com uma condição: "São os bancos que têm de pagar essa diferença", disse José Ramalho, também vice-governador do Banco de Portugal (BdP).

O responsável falava em audição na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), que começou pelas 15h00.

"Se a diferença for muito grande, não forçaremos naturalmente os bancos a pagar de imediato", disse José Ramalho aos deputados.

O vice-governador do Banco de Portugal garante que a solidez financeira dos bancos que participam no Fundo de Resolução, que detém 100% do Novo Banco, não vai ser comprometida.

Na semana passada, o governador do BdP disse haver "indicação de que há interessados" na compra do Novo Banco. Carlos Costa acrescentou que, se for encontrada uma solução na qual seja garantida, por exemplo, a "concessão de crédito necessária" à economia, ter-se-á "passado ao lado de uma tempestade".

O governador reconheceu ainda que pode ser feito um "pequeno desconto" na venda do banco face aos 4,9 mil milhões de euros injectados pelo Fundo de Resolução.

A comissão de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES) arrancou na semana passada e José Ramalho é a sétima personalidade a ser ouvida no parlamento.

A comissão de inquérito tem um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.

A 3 de Agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau, um veículo que mantém o nome BES e que concentra os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas; e o banco de transição que foi designado Novo Banco.

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