30 out, 2014 • Susana Madureira Martins
A possibilidade de um novo resgate financeiro regressou ao discurso do Governo. Maria Luís Albuquerque reconhece que esse não é um cenário “inconcebível”.
A ministra das Finanças alerta que, se da próxima vez for mesmo preciso, pode dar-se o caso de ninguém emprestar dinheiro a Portugal.
“Ouvimos dizer que o pior que nos pode acontecer é termos um outro resgate. O pior que nos pode acontecer, provavelmente, é não termos um outro resgate se precisarmos, que é um cenário que aparentemente é considerado razoavelmente inconcebível, mas que não parece tão inconcebível assim. Não podemos assumir que de cada vez que, por culpa própria, voltarmos mais uma vez a precisar de pedir ajuda, não devemos assumir que ela estará sempre e necessariamente disponível. Como tal, cabe-nos a todos, colectivamente, garantir que esse cenário não se volta a colocar”, disse.
Em ano pré-eleitoral, Maria Luís Albuquerque volta a um discurso que tem estado afastado das bocas dos elementos do Governo para dizer que não pode haver regressos ao passado.
Entretanto, é preciso fazer crescer a economia e há um problema por resolver, diz a ministra: a crónica falta de capital das empresas.
“Temos todos em conjunto de trabalhar nas soluções para aumentar o capital das empresas e se o capital não existir no país vamos buscar o capital lá fora. Não temos de ter problemas nem ter complexos com isso. O capital virá de onde tiver de vir, deve ser estimulado por políticas públicas, deve ser estimulado por uma política fiscal que promova a capitalização e não o endividamento”, refere Maria Luís Albuquerque.
E este, acrescenta a ministra, é um dos desafios deste e dos próximos governos, um desafio de longo prazo.